Essa semana,que acaba hoje,estudei com a minha princesa Rafaella a também "Semana de Arte Moderna".E ela achou o maior barato quando chegamos à Vanguarda Europeia e surgiram os vários "ismos": "achismos", Futurismo, Expressionismo,Cubismo...Surrealismo...
Mas quando ela bateu os olhinhos no "Dadaísmo"...ela logo me disse :"Poxa, escreve sobre isso no seu blog"."É muito engraçado,e fácil né, fazer um poema ou escrever um texto implicando com os outros e ainda pegando as coisas dos outros".
Coisas de criança... esperta. E também como nada é por acaso,(lamentavelmente) resolvi trazer para os amigos que passam por aqui um pouquinho sobre o assunto.
Em 1916, em plena guerra, quando tudo fazia supor uma vitória alemã, um grupo de refugiados em Zurique, na Suíça, inicia o mais radical movimento da vanguarda europeia: o Dadaísmo .
A própria palavra "dadá", escolhida (segundo eles ao acaso) para batizar o movimento não significa "nada".
Negando o passado, o presente e o futuro,o Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra,daí ser contra teorias, as ordenações lógicas, pouco se importando com o leitor.
Aliás, é também contra os manifestos, como afirma um de seus iniciadores, Tristan Tzara (1896- 1963), em seu "Manifesto Dadá" 1918 :
"Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e não sou por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios".
Loucura esse Dadaísmo, eu quem digo. Piração total.Mas para o "movimento" o importante era criar palavras pela sonoridade, quebrando as barreiras do significado; importante era o grito, o urro contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra - a propósito, no prefácio à Paulicéia Desvairada, Mário de Andrade assim se manifesta sobre a leitura da poesia "Ode ao Burguês": "Quem não souber urrar não leia "Ode ao Burguês".
"Falei" tanto e só no final é que vem o mote do meu post, o mais bizarro sobre esse movimento. E é quando Czara dá as regras,o caminho das pedras para se fazer um poema Dadaísta.
Como fazer um poema Dadaísta
Pegue um jornal (eurekaaa)
Pegue a tesoura
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente
Tire em seguida cada pedaço um após o outro
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
ainda que incompreendido do público. :)
ainda que incompreendido do público. :)
(CZARA, Tristan. In: Teles Gilberto Mendonça,
Vanguarda Europeia Modernismo Brasileiro, Rio de Janeiro, Vozes, 1972).
Recadinho:
Dei um pequeno "intervalo" nas minhas prometidas publicações sobre "Setembro com Quintana".
Na segunda, Quintana estará de volta.
Um beijo ♥
Bom Domingo ! :):)
Lau
+ Post da série os papéis que temos de fazer nesse mundo digital.
Imagem do site " Eu Amo Música"
Fonte sobre A Semana da Arte Moderna: Literatura Brasileira de José Nicola, página 178 -Editora Scipione.