Soneto
[ Ao Dia Do Juízo]
O alegre do dia entristecido
O silêncio da noite perturbado
O resplendor do sol todo eclipsado.
E o luzente da lua desmentido!
Rompa todo o criado em um gemido
Que é de ti mundo?Onde tens parado?
Se tudo nesse instante está acabado.
Tanto importa o não ser, como haver sido.
Sou a trombeta da maior altura,
A que vivos e mortos traz o aviso
Da desventura de uns, d´outros ventura.
Acabe o mundo, porque já é preciso,
Erga-se o morto, deixe a sepultura,
Porque é chegado o dia do juízo.
(Gregorio de Matos, in Poemas Satíricos)
De formação barroca,Gregório de Matos realizou uma das obras mais originais da língua portuguesa do século XVII. Por seu vocabulário, que inclui palavras de origem tupi, revela-se o primeiro representante de uma literatura autenticamente brasileira.
Poemas Satíricos é uma relação de seus melhores poemas, predominantemente satíricos.
A obra é uma leitura obrigatória nos "vestibulares do Brasil".
A obra é uma leitura obrigatória nos "vestibulares do Brasil".
Para fazer companhia ao Grande brasileiro Gregório de Matos,outro Grande :Gonzaguinha.(link)
Uma boa semana para os amigos que passam por aqui.
Beijo
Lau :)
Imagem:Angels Trumpets - (com licença poética ) by Gdraskoy.
Livro: Instrumento de Liberdade e Poder (contracapa)
Fonte: Poemas Satíricos- Texto Integral- Editora Martin Claret-páginas 186/187