"Galopamos pela vida como artistas de circo, equilibrados em dois cavalos que correm lado a lado a toda velocidade – com um pé sobre o cavalo chamado ‘destino’, e o outro sobre o cavalo chamado ‘livre arbítrio’. E a pergunta que você precisa fazer todos os dias é: qual dos cavalos é qual? Com qual cavalo devo parar de me preocupar, porque ele não está sob meu controle, e qual deles preciso guiar com esforço concentrado.”
(Elizabeth Gilbert)
Nessa minha última viagem, quando estava a caminho de uma das cidades incluídas no meu roteiro,fiquei matutando porque minha mãe resolveu num dos "Carnavais da vida" me fantasiar de "tirolesa". Meno male, pensei, pois no ano anterior ela havia me "colocado" de holandesa e mal podia me mexer com aqueles tamancos enooormes.Coisas de mãe de filha única. Tadinha, deve ter se realizado.
À medida que o trem seguia e eu olhava aquelas paisagens lindíssimas, a fantasia de tirolesa não me saía da cabeça. E nem minha mãe.Lembrei muito dela.Cheguei a comentar com alguns amigos do facebook sobre a minha saudade naquele dia.
Lembrei com tanta tristeza de que, há 4 anos,num fatídico 27 de agosto, minha mãe virara estrelinha.Ou "luarizara-se",como diria o poeta Quintana.
No dia 27 de agosto desse ano(2011), lá estava eu conhecendo Innsbruck,uma cidade da Áustria,capital do estado do Tirol. É... o Tirol, de onde minha mãe deve ter se inspirado e criado a "tirolesa",(não a atividade esportiva de aventura) e sim a idumentária . (...põe tempo nisso).
(Portal da cidade de Innsbruck, no Tirol)
* clique sobre as fotos para ampliar.
Innsbruck tornou-se capital do Tirol em 1429. E no século XV passou a ser um centro de política e cultura europeias.Com esse status,o imperador Maximiliano I decidiu mudar a capital imperial para Innsbruck. No que fez muito bem, concluí ao visitá-la.
(prédios de antes do descobrimento do Brasil)
A cidade é linda e transmite uma paz.O que me chamou atenção também é que o lugar oferece aos seus visitantes um cenário de uma cidade imperial, com tanta história, e, ao mesmo tempo, uma badalada estação de inverno. São praticamente duas cidades dentro de uma. Vale lembrar que a cidade já foi sede, por duas vezes, de esportes olímpicos de inverno .
O cenário é coisa de louco, como pode ser comprovado na foto abaixo,onde aparecem as montanhas dos alpes austríacos ao fundo.
Conta a história que Innsbruck surgiu no período medieval entre os séculos X e XII. Portanto, lá se vão 1000 anos.
Innsbruck é uma cidade pequena, com aproximadamente 130 mil habitantes, (já vi dados que apontam 190 mil) . E assim, a maioria dos pontos turísticos pode ser visitada a pé.
Um deles é a igreja Hofkirche,que abriga o Scwarze Mander (homens negros). É considerado o maior sepulcro do ocidente com 28 estátuas de bronze (lindíssimas) em tamanho grande.A entrada da igreja da Corte é comum à do museu e é nessa igreja que encontra-se a sepultura do imperador Maximiliano. A entrada custa 10 euros, mas com carteirinha de jornalista na mão,embolsa-se esses 10 eurozinhos.
Segundo informações contidas nos folders distribuídos nos museus, a história da cidade tem a ver com o império dos Habsburgs, imperadores da Áustria durante mais de 500 anos. Dizem também que essa paixão que os Habsburgs nutriam pela cidade fez com que ela abrigasse inúmeros tesouros.
Abrindo, literalmente,um parênteses ( nem precisa se dizer que a dívida do país cresceu).
A prova dessa riqueza toda pode ser vista aqui abaixo. Esse prédio, conhecido como Gondenes Cachl, foi construído com 2600 telhas de ouro.
Continuando... a cidade é banhada pelo rio Inn,que deságua no rio Danúbio (adoro esse nome ).Dá para se notar que foi o rio Inn que deu origem ao nome da cidade.
(em todo seu esplendor)
Outra atração imperdível é subir a montanha Klettersteig. É muito lindo o passeio.Pega-se um trenzinho e, em três etapas, chega-se a Hafelekar, a 2334 metros de altitude. Um alerta: quem não lembrar de levar um casaco, mesmo no verão, morre de frio lá em cima.
Na estação de Alperzoo há um Jardim Zoológico, com mais de 2000 animais de 150 espécies. Assim dizem os folders que recebemos na cidade.Mas, sinceramente, não vi esses bichinhos não. Encontrei, sim,um aquário com uns sapinhos mais ou menos bonitinhos, mais à frente uns gatos selvagens, um pássaro arredio...e só. Lembrei, na hora, do Zoo de São Paulo, um dos maiores do Brasil, e do Zoo aqui do Rio, que é um espetáculo em organização e abriga animais de mais de 350 espécies.
Fazer uma trilha nesse local é algo pra lá de agradável, além de nos dar uma sensação muito gostosa de liberdade. Olha eu aqui durante uma parada.
Mas como ninguém é de ferro, depois de se visitar museus, igrejas e montanhas também se arranja um tempinho para se deliciar com os pratos e doces austríacos, acompanhados de um delicioso capuccino, uma também deliciosa cerveja e/ou do gostosinho chopp austríaco.
( pretzel -heart : ))
Innsbruck era também um dos centros musicais da Europa.Desde de 1976, que em todos os meses de agosto acontecem as Semanas Festivas de músicas antigas. E a tradição é mantida até hoje. Mas não tive oportunidade de curtir nenhum dos festivais, lamentavelmente.
Ao término das visitas, não se pode deixar de passar no comércio de lojinhas que oferecem souvenirs que espalha-se pela rua central da cidade. Essa rua recebeu o nome de Maria Theresien Strasse, numa homenagem à imperatriz Maria Teresa, esposa do imperador Maximiliano.
Ao passar por essa rua e ler seu nome, tive a impressão de que quanto mais se vive, menor o mundo fica. São tantas as coincidências/sincronicidades nessa vida e nesse mundo...
Maria... era o nome de minha mãe.
(L.M)
Espero que tenham gostado de Innsbruck. Eu adorei!!
Um beijo e bom fim de semana para todos os amigos.
Lau
E.T.
Desculpem a qualidade das fotos e o tamanho do post. Que vergonha !! Estão péssimas as fotos, reconheço. Problemas de logística.
No próximo post (sobre viagem) falarei sobre Lucerner.
Fonte dos dados: Cartina Della Cittá de Innsbruck
Banco verde: fotografado na trilha da estação de Alperzoo.