Olá amigos,neste mês,no dia 13,o Renascendo completa 7 anos de existência.Eu pretendia começar o mês de abril com esses flashbacks que, incentivadoramente e delicadamente,o Google chama de "populares",muito procurados,lidos,clicados.O que muito nos alegra,quando são lidos por pessoas normais,amigas e sociáveis,lógico.
Mas ...infelizmente, a vida vive pregando peças em TODOS.Aconteceu uma tragédia com um amigo,mudei o curso,prestei minha homenagem (sincera e sentida) ao anjinho que foi para o céu no dia 1°.
Mas ...infelizmente, a vida vive pregando peças em TODOS.Aconteceu uma tragédia com um amigo,mudei o curso,prestei minha homenagem (sincera e sentida) ao anjinho que foi para o céu no dia 1°.
Passados os 3 dias,começo hoje a republicar os ditos "posts populares" em homenagem ao meu bloguezinho.
Um beijo.
Se fosse Emerson convidaria vocês para viver nos bosques.
Se fosse Thoureau , para a desobediência civil.
Que tal dar uma volta de bicicleta?
Se fosse Thoureau , para a desobediência civil.
Que tal dar uma volta de bicicleta?
Juro a vocês, meus amigos, que as frases acima fariam parte do lead de um texto que escreveria sobre "pedalar", o que adoro e costumo fazer sempre, principalmente, aos sábados. Mas o enfoque do texto foi mudado. "Teve que"... e de maneira drástica.
O último sábado ensolarado no Rio de Janeiro prometia ser um dia bem agradável, a começar pela minha rotina de pedaladas. Mas quando dizem que nem tudo são flores, devemos acreditar piamente, imprimir a frase em letras garrafais e colocá-la na porta da geladeira, como tela de descanso no computador ou até mesmo numa bicicleta, que se tornou a vilã da desagradável situação que vivi e que conto agora para os meus amigos.
Inconsequentemente,no sábado passado, resolvi descer uma rua em acentuado declive pilotando minha ex-amiga magrela. Só que seu sistema de freios falhou.E esse foi o motivo para protagonizar uma bela e perigosa vídeo cassetada.
Não desejo nem aos nossos maus políticos o que passei ao tentar parar minha bicicleta,que insistia em não obedecer meu comando. O desespero em tentar controlar a bike e o fato de não alcançar êxito na minha empreitada me fez capaz de uma proeza digna de um prêmio: "a anta do ano".
E explico o motivo da premiação.Ao tentar saltar da bicicleta, meu corpo aliou-se à empolgação em que ela descia e tomou um impulso tão forte,mas tão forte, que me levou a permanecer no ar por alguns instantes ... e catapóft! esborrachei-me no chão.
E explico o motivo da premiação.Ao tentar saltar da bicicleta, meu corpo aliou-se à empolgação em que ela descia e tomou um impulso tão forte,mas tão forte, que me levou a permanecer no ar por alguns instantes ... e catapóft! esborrachei-me no chão.
O momento de um tombo, ou de um baita tombo, melhor dizendo, nos traz as mais variadas sensações. Ora indescritíveis ora descritíveis. Passa um filminho à nossa frente. Você não quer acreditar no que está acontecendo. Vem uma tristeza, [ainda continua...snif], uma mágoa, além de um sentimento de impotência e de abandono tão grandes, que nem Freud conseguiria explicar o porquê disso tudo.
Como se não bastassem esses sentimentos, surgem a vergonha e a vontade de morrer. E eu, por milési...mos (sem trocadilho) de segundos,nesse último sábado, morri.
Como a cena foi presenciada por vááááárias pessoas,a vergonha e a vontade/medo de morrer aumentavam à medida em que ouvia: "não toque nela, é perigoso";"shiiii... tombos assim dão hemorragia interna"; "deve ter quebrado o braço, a perna"... coitada" ;" é... do jeito que ela voou da bike...". E a vítima ali, jogada ao chão, tal como um pepino massacrado em final de feira. O pepino entrou na história porque eu estava vestida na cor verde.
E nesse momento em que fui guardada, fitada pelas pessoas, momento literalmente doloroso, percebi o quanto o carioca está antenado em primeiros socorros... Como dão palpites e fazem diagnósticos. Percebi também que além desse dom e da solidariedade, espetacular por sinal, as pessoas, em geral, têm um lado curioso muuuito aguçado. Exageradamente, eu diria.
Mas a hora não era de questionamentos, imaginem. A única vontade que tinha era de sair correndo, me esconder de tanta vergonha. E foi nesse exato momento que percebi que estava lúcida, mas não conseguia me movimentar.E,então,levei à frente minha morte aparente, brincando de morto-vivo, com ligeiras adaptações.
E a brincadeira funcionou mais ou menos assim : quando alguém se aproximava, me olhava ,eu fechava os olhos.Quando se afastava eu abria. Continuei assim por um bom tempo e só abri meus olhos definitivamente quando chegou o socorro médico.
Graças a Deus, depois de passar por duas clínicas, já estou em casa desde o dia do acidente e sem fratura alguma. Mas ainda muuuuuito dolorida, em razão de uma forte contusão óssea e uma senhora contratura muscular na região do quadril. Além de não poder me movimentar, estou com váááááááários :) arranhões e escoriações,algumas tatuagens de hematomas arco-íris,e 3 pontinhos no pulso esquerdo.
Certa vez, uma amiga blogueira me disse que tudo que acontece comigo rende um post. E esse acontecimento,INÉDITO nas minhas horaspedaladas,não poderia ser diferente.
Lá estou aqui contando a minha triste aventura de um ensolarado sábado. Mas por pouco, muito pouco, não estaria. E não estou fazendo drama. A minha sorte, palavra usada pelo Dr. Alberto, socorrista super amável, foi estar usando meu capacete. Do contrário, poderia estar com ferimentos mais graves ou até chegar ao óbito (médicos usam essa expressão com uma facilidaaade).
Passei esses últimos quatro dias muito triste. Triste por ter dado esse susto à minha família e atrapalhado um final de semana, que é sempre tão esperado na vida de quem trabalha. Refleti muito sobre o que me aconteceu e sobre a minha imprudência.
Como diz a escritora Lya Luft, "viver é cada dia se repensar: feliz, infeliz, vitorioso, derrotado, audacioso ou com tanta pena de si mesmo". Assino embaixo essa pena, pois vocês nem imaginam o que tenho ouvido, de broncas e gozação, em razão do trágico e inconsequente momento que vivi.
Meu filho mais velho, por exemplo, que é muito espirituoso (além da conta) e tem sempre uma frase carinhosa na ponta da língua, me veio com uma história "de que quando a idade mental não condiz com a idade cronológica, o jeito é "tombar"mesmo".
Fique encafifada ao pensar no sentido literal do verbo. [rs] Me senti um prédio histórico todo derrubadinho, aliás, tal como fiquei no meu "baita tombo".
Mas hoje estou mais animadinha por voltar ao convívio de vocês, mesmo que lentamente.
Beijos doloridos para os amigos que passam por aqui e deixam aqueeeeles comentários inteligentes e carinhosos.
Lau Milesi
"Se pedalar use capacete".
Um super beijo para os amigos que me enviaram e-mails me dando aquela força.
Imagens: Bike and flowers, by Pixdaus
Acidente, captada no Web
Lau Milesi