Friday, October 15, 2010

Sobre " Cartas de Amor"


As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua;
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo envelope,
a letra tremendo como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
Mas a espuma, a gentileza, a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor deveriam ser abertas com os dentes.

(Fabrício Carpinejar)




À minha querida mãe, minha primeira professora, que me ensinou a juntar as letrinhas para escrever a palavra AMOR .(e também a escrever cartinhas para Papai Noel) :)

A todos os "mestres". E, em especial, aos heróis/reféns do sistema educacional do nosso país, em comemoração ao "Dia do Professor".





Um fim de semana de " paz , amor e sabedoria" para todos os amigos que me visitam.

Um beijo

Lau






Poema extraído do livro "Como no Céu/Livro de Visitas
", de Fabrício CarpiNejar, poeta e jornalista, mestre em Literatura Brasileira pela UFRG, nasceu em Caxias do Sul (RS,em 23/10/72.Quem faz a apresentação desse livro é Millor Fernandes, que diz : "Vai. Lê ele. Devagar. Decifra-o. E ele te devora".
É autor dos livros:As Solas do Sol , Um Terno de Pássaros ao Sul , objeto de referência nos The Book of the Year 2001 da Enciclopédia Britânica, Terceira Sede (Escrituras, 2001), Biografia de uma árvore , entre muitos outros.
Imagem: "letters she loved"-by Pixdaus.