Friday, April 17, 2009
Hoje, vi um casal que me chamou a atenção pelos beijos que trocavam. Não só a mim, como a todos os clientes do restaurante onde almocei com a família e uns amigos.Todos, inclusive os garçons, observavam, boquiabertos, a naturalidade e a espontaneidade da troca de beijos em público. Pessoal, que coisa de louco.Vocês nem imaginam... O casal beijava muuuito, ignorando completamente a todos que estavam ao seu redor.. E era um beijo atrás do outro. E um não era igual a outro... O cardápio era mais variado do que o do restaurante. Só vendo pra crer.
Confesso que a uma certa altura não parava de olhar mesmo, encantada, de ver a variedade e a versatilidade dos beijoqueiros. Nem preciso dizer que os mais conservadores soltavam fogo pelos olhos diante de tal comportamento.Ainda bem que não havia criança perto, somente um bebê, que estava dormindo. Concordei que o lugar não pedia cenas tão calientes de paixão, mas hoje em dia as pessoas são tão espontâneas... e beijoqueiras.
Bem ... vindo para casa, tive uma ideia. Advinhem? Resolvi fazer uma pesquisa sobre o beijo.E vejam o que descobri: vocês sabiam , que não se sabe (rsrsrs) como surgiu o primeiro beijo da humanidade? Eu li que as referências mais antigas aos beijos foram esculpidas por volta de 2500 a.C . nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Li , também, que na Itália, no século XV, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a se casar imediatamente. Ainda bem que estamos no século XXI, imagine se e o rapaz que vi hoje vivesse nessa época.
Os romanos tinham 3 tipos de beijos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes. Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés. Antigamente, na Escócia, o padre beijava os lábios da noiva no final da cerimônia de casamento. Dizia-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção em forma de beijo. Depois, na festa, a noiva deveria circular entre os convidados e beijar todos os homens na boca, que em troca lhe davam algum dinheiro.
Enfim , as curiosidades sobre o “beijo” são muitas, mas o que mais me chamou a atenção foi todo o mecanismo do beijo, o que veio reforçar a impressão que tive do comportamento e da imagem do casal do restaurante.Vejam só: Durante um beijo são mobilizados 29 músculos, sendo 17 linguais. Os batimentos cardíacos podem aumentam de 70 para 150, melhorando a oxigenação do sangue, o que mostra que o beijo tem também benefícios para o coração.
E não param por aí, no beijo há uma considerável troca de substâncias, 9 miligramas de água, 0,7 decigramas de albumina, 0,8 miligramas de matérias gordurosas, 0,5 miligramas de sais minerais, sem falar em outras 18 substâncias orgânicas, cerca de 250 bactérias, e uma grande quantidade de vírus. Mas, por favor, não se assustem com esses números- esse não foi meu objetivo- o beijo é ótimo. Além disso, o beijo gasta calorias.
Acredita-se que um beijo caprichado consuma cerca de 12 calorias. Diante da pesquisa entendi porque o casalzinho parecia anoréxico, acreditem. O rapaz e a moça eram magrinhos, magrinhos. Falta de apetite ou beijoqueiros de carteirinha? Sei lá. Mas que fiquei com vontade de beijar, ahhh, fiquei sim.
"Osculuns" para vocês.
Lau Milesi
Ilustração: “O Beijo “, de Francesco Hayez, Pinacoteca di Brera, Milão. Francesco Hayez, um pintor italiano, conside rado o máximo expoente do romanticismo histórico.
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