Olá amigos, tudo bem?
Quero agradecer , de coração, aos amigos que me enviaram e-mails, mensagens e "mimos" , além de me telefonarem. Amei!!!!
Agradeço muito a vocês, também, pelos comentários deixados . Adorei!!!!!
O mês de julho está uma festa só. Dia 22 , foi o brilhante escritor e poeta do Tocantins, JJ Leandro, do blog http://jjleandro.blogspot.com/quem aniversariou. Ontem, dia 23, chegou a minha vez (não sou poeta).rs
E no próximo domingo, dia 26, será o niver de um outro brilhante poeta e escritor, Paulo (Paulinho) Andel ,do blog http://paulorobertoandel.blogspot.com/.
Deixo, com carinho, para os meus amigos e companheiros de "signo" , além de outros amigos que me prestigiam, esse poema do Grande Fernando Pessoa:
ANIVERSÁRIO
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro. Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
(Fernando Pessoa)
E como aniversário lembra alegria deixo, também, um pouco de Marisa Monte para vocês... e sem "dietas".rs
Já sei de cor a música de tanto que minha neta e afilhada, Giuliana, me faz ouvir e cantar .
Um beijo e bom fim de semana chuvoso!!!!
Lau Milesi