Há bons motivos para acreditar que "somos mais fortes do que pensávamos”, afirma o psicólogo americano George Bonanno, pesquisador da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, em referência ao estudo de fenômenos ligados à morte.
Em seu livro "The other side of sadness" ("O outro lado da tristeza," ainda sem tradução no Brasil), Bonanno reuniu uma série de estudos recentes que obrigaram os especialistas a repensar o que se sabe sobre como reagimos à morte.
Esses estudos parecem mostrar que a maior parte das pessoas consegue se refazer de uma perda rapidamente, às vezes em questão de semanas.
Já há outras que têm muita dificuldade, sofrem durante anos, principalmente quando a morte diz respeito a pessoas com uma ligação forte, muito estreita com o indivíduo, como uma mãe, por exemplo.
Me incluo nesse grupo. A perda de uma mãe é algo terrível .Perdemos a referência de vida. Mãe é cordão umbilical, é o que costumo sempre dizer.
A ciência chega a sugerir um roteiro de emoções a serem sentidas para que a superação aconteça. Mas esqueceram de sugerir/ estudar como controlar a saudade.
E hoje a minha saudade está incontrolável. Há três anos, exatamente às 8 horas e 15 minutos, hora em que comecei a escrever esse post, recebi, através de um telefonema, a triste notícia de que minha mãe tinha virado uma estrelinha, como dizem suas bisnetas.
Jamais esquecerei esse momento. Ser filha única é complicado... Mesmo tendo o carinho da família e dos amigos,(muitos até daqui, juntos desde o Globo/GO, e que me deram aquela força )foi uma tarefa difícil. E ainda é, pois sinto muito a falta de minha querida mãe, tão amiga e doadora.
Ontem, lendo o poeta Mario Quintana, o mesmo que diz que a saudade é o que faz as coisas pararem no tempo, descobri um epitáfio que ele escreveu para o também poeta e músico brasileiro,Catulo da Paixão Cearense.
E só um grande poeta como Quintana, outra estrelinha que brilha no céu, poderia criar um epitáfio tão lindo : "Catulo não morreu: luarizou-se", disse Quintana.
Hoje, nesse dia de lembranças tristes, peço licença ao poeta Quintana para dizer em voz alta:
"Minha mãe não morreu: luarizou-se ".
E esse é o motivo dessa fixação e desse amor que tanto tenho pela LUA. Vivo procurando-a no céu.
Sinto uma saudade imensa "dela"...
(À minha mãe e a todas as mães que luarizaram-se)
L.M.
Um fim de semana com um luar maravilhoso para todos os amigos que me visitam.Um beijoLau
E.T.
O autor do livro " The other side of sadness", também "bloga". Quem quiser conferir o endereço do blog, é só clicar aqui.
Imagem : Pixdaus, "Moon mother".
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