(The Umbrellas-Renoir)
O tempo e os tempos
Na idade em que eu fazia umas ficções- é o termo- um dia o Eurico me disse, naquelas sua maneira discreta e indireta de dar conselho,deve-se escrever sempre no presente do indicativo,dá mais vida à ação, às personagens, o leitor se sente como uma testemunha ocular do caso.
Trinta e seis anos depois,o crítico Fausto Cunha notou a preferência,em meus poemas, pelo pretérito imperfeito. Por quê? Não sei, mas deve ser porque o tempo passado empresta às coisas um sabor definitivo, esse misterioso sentimento de saudade com que a gente olha uma cena num quadro de Renoir, um Anjo ou uma Vênus de Boticelli.Sem escusar-me, eu diria que o pretérito imperfeito não é um tempo morto: é um tempo continuativo...
Porém,deixemos de bizantinismos e voltemos ao Eurico.
Confesso-lhe que sempre penso nele no presente do indicativo.Ele está aqui, tão presente que nem dá tempo para a saudade.Como também estão comigo o Augusto Meyer, o Telmo Vergara, a Cecília Meireles...
Ingenuidade
Mas que monótona não deveria ser a vida de Don Juan. Ele pensava que todas as mulheres eram iguais.
(Mario Quintana)
Hoje deixo o Grande Luiz Gonzaga, que faria 100 anos se não tivesse luarizado-se,
como o próprio poeta Quintana se referiu ao seu amigo,
Mais um recadinho:
Obrigada ao novo amigo que ancorou por aqui.
Seja bem-vindo!
Um beijo
Bom fim de semana
Lau
Os aquis:
Aqui tem tudo sobre o Gonzagão.
Imagem: The Umbrellas, de Renoir ,by Web.