Friday, September 11, 2009

Nossos "Bens"

Daquilo que possuímos fazem parte, principalmente, os amigos. Mas essa posse caracteriza-se por uma peculiaridade, segundo o qual o possuidor tem de ser, na mesma proporção, a posse do outro.
Num livro genealógico dos reis da Saxônia do século XVII, conservado no castelo de caça de Moritzburg , encontra-se escrito pelas mãos de algum nobre da época:

Amour véritable
Amitié durable
E tout le reste au diable

( Arthur Schopenhauer)

Um "mimo" aos meus antigos e novos amigos e a todos que passam por aqui.

Um beijo e um bom fim de semana

Lau Milesi


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Arthur Schopenhauer ( 22 de fevereiro de 1788/ 21de setembro de 1860) Frankfurt, foi um filósofo alemão do século XIX da corrente irracionalista. Ficou conhecido por seu pessimismo.

Interessante que essa máxima que deixo hoje para os amigos foi encontrada em seu livro A Arte de Ser Feliz, e a primeira ideia que nos vem à cabeça é como alguém iria pensar em aprender felicidade com um profesor de pessimismo. Coisas da vida...


E.T. Sei que muitos irão perguntar o que tem Schopenhauer em comum com os tribalistas.Eu vejo alguma coisa... E como amo essa música e também fiz muitas amizades aqui com pessoas de outros países, me deu vontade de divulgar as nossas bela criações musicais. "Um Dois em Um", eu diria.rs

Fonte biografia: Wikipédia e "A Arte de Ser Feliz " (Organizaçao e Ensaio de Francisco Volpi).
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Quatro Dias Em Veneza

(Clique na foto para ampliar)


"Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado -inacreditavelmente, mas simplesmente - meu endereço.
" Marcel Proust".


Situada na região do Vêneto, na Itália, Veneza foi construída sobre uma série de ilhas e se tornou uma das maiores potências marítimas da Idade Média, além de um importante centro de intercâmbio comercial e cultural com o Oriente. O povoamento da região data do século 6 d.C. Entre 1140 e 1160, a cidade se tornou uma república e, em 1797, foi tomada por Napoleão Bonaparte. Quase um século mais tarde, em 1866, a cidade foi anexada ao reino da Itália, que havia nascido cinco anos antes. Essa é a Veneza antiga.

A Veneza de hoje, uma das poucas cidades considerada tão romântica, vive abarrotada de turistas , tornando as caminhadas por suas ruelas e pontes seculares ligeiramente cansativas. Ainda bem que não necessitamos de carros e ônibus , meios de transportes do nosso dia -a -dia, que tanto nos estressam nesse trânsito caótico das grandes cidades. Em Veneza anda-se a pé ou através de gôndolas e de "vaporetti", barcos que transportam turistas e moradores da cidade para os vários pontos de embarque e desembarque da Ilha de Veneza.

(vaporetto)


Atrações da Cidade

Piazza San Marco

Ao se atravessar a cidade já se conhece a famosa Piazza San Marco, praça que concentra um número enoooorme de turistas e também de pombos. É nessa praça que fica a imponente Basílica de San Marco, onde pode se ver filas gigantescas de pessoas interessadas em visitar a basílica internamente.Uma das principais igrejas de Veneza, essa basílica foi contruída no ano de 830 para abrigar os restos mortais de São Marco, padroeiro de Veneza. Visitei a basílica só na parte térrea, não enfrentei as grandes filas para subir porque além de não ter paciência, o tempo era escasso.

(Praça San Marco com sua basílica, sua torre e seus palácios)


Nessa praça também pode-se assistir a uma bonita cerimônia de hasteamento da bandeira do país com a participação dos carabineris (policia local) .


A Piazza São Marco é reduto de bons restaurantes , gelaterias e cafés. Capuccinos, birras (cervejas) e enormes taças de sorvete italiano (deliciosíssimos) podem ser degustados no Caffè Florian e no Gran Caffè Quadri, cafés antiquíssimos e muito visitados . San Marco é contornada também por lojas de jóias e arte. Em geral, se vê muito cristais de Murano nessas lojas .

Saindo de Veneza através do "vaporetto", leva-se de 15 a 20 minutos, no máximo, para se chegar à ilha de Murano. A cidadezinha é muito fofa e amei ficar lá por lá durante umas três horas. Estava tranquila e com poucos turistas. Em Murano pode- se conhecer a técnica de fabricar Vidro Soprado, como costumamos ver aqui em alguns estados do Brasil. Interessante, que algumas peças são exibidas ao lado de seus artesãos com cartazes informando a autenticidade do cristal. Coisas da globalização.


(um pedacinho da Ilha de Murano)



Grande Canal e Ponte Rialto

O que me chamou atenção também é que em Veneza não é necessário ficar preocupado com o que vai se ver. É só seguir em frente , que vai se desbravando ruelas, estreitas pontes de pedestres, igrejas ,restaurantes, lojas e, sem dúvida, encontrando milhares de turistas falando as mais variadas línguas. Segue-se tudo isso e chega-se ao Grande Canal. Este canal corta Veneza ao meio e é a principal e mais larga via de trânsito da cidade, com ancoradouros à sua margem para as famosas gôndolas e outras embarcações maiores.Outro local muito visitado é a famosa Ponte di Rialto, onde está situado um dos principais trechos comerciais da cidade.


(Grande Canal)



( gôndolas utilizadas pelo turista que quer viver um clima romântico com sua cara-metade).


(Ponte Rialto)


Torre de Campanile (foto no início)

A torre de Campanile é o ponto mais alto de Veneza.Tem cerca de 100 metros de altura. Segundo informações colhidas no local, ela foi construída para servir de orientação às embarcações que se aproximavam da cidade. Hoje, quem quiser desfrutar dessa imagem, é só pagar uma taxa em subir até sua parte mais alta. A paisagem é linda. Assim que cheguei à cidade tive curiosidade em saber de onde vinha o barulho constante de sinos. Ao visitar a Torre soube que a cada meia hora os sinos tocam no campanário. E é gostoso de se ouvir.

Museu Correr
Museu Correr foi fundado pelo milionário Abbot Teodoro Correr, que instalou-se em Veneza com uma significante coleção de arte. Lá estão obras de estilo neoclássico de Antonio Canova, uma coleção de mapas, moedas, armaduras e outros objetos que contam a história da cidade.Também conhecido como Museu del Risorgimento, mostra a trajetória de Veneza, principalmente até o ano de 1866, quando foi anexada à Itália. Além das obras as salas são lindíssimas e decoradas de forma exuberante

Galeria da Academia

A coleção da Galeria da Academia conta a história da arte veneziana dos séculos XIV ao XVIII em 24 salas, que mostram trabalhos de Paolo Veronese, Giovanni Bellini, Mantegna, Piero della Francesca, entre outros. A galeria da academia fica em um magnífico palácio e abriga uma coleção extraordinária de arte veneziana.

Palácio dos Doges (Palazzo Ducale)

Para se fotografar em Veneza, dependendo do ponto em que você se encontra, também tem que se ter muita paciência, pois sempre surge uma cabeça a mais na foto. Como já disse, o excessivo número de turistas( e eu era mais uma) atrapalha um pouco quem quer curtir e fotografar as arcadas góticas do Palácio dos Doges, um lindo monumento da cidade, que foi reconstruído no século XIV.


(Parte do Palácio Doges/ Ducale)

Há séculos, diz a história, quando Veneza era cidade-estado, seu "governante", recebia o título de Doge. E quem vai à Veneza não pode deixar de visitar esse palácio (Palazzo Ducale) , antiga sede do governo. Eu não sei se já fui "prisioneira" de algum palácio em vidas passadas, o que sei é que sou a pai xo na da por palácios . Esse monumento foi o que mais me chamou a atenção. O prédio é lindíssimo, cheio de escadarias, onde os "doges" eram coroados.

Naquela época, já havia os jabás políticos. Lendo um documento no Palácio Ducale descobri que um Conselho, criado para ser temporário, "The Chamber of the Council of Ten" , que fica na sala 20, Sala Del Consiglio, acabou virou conselho permanente (1526/1594 até 1604). Coisas da política. Nesse local encontra-se também a tela Visão do Paraíso, a maior tela a óleo do mundo, que retrata os "grandões", os" manda-chuvas" da época.


Visitei o palácio todinho, anotando tudo que lia em suas dezenas de "salas" e muitas vezes sendo acompanhada pela segurança. Mas não sei o motivo . Quer dizer... imagino, já que carregava uma câmera nas mãos. Como sou super obediente, evidente que não fotografei nada. "ham...ham...".Mas a toda hora lembrava de Lya Luft com seu livro "Pensar é Transgredir"... e eu pensei, pensei... e transgredi... as regras, fotografando a porta da prisão do palácio e em seguida, o interior da cela. Somente isso.




Ponte do Suspiros

Anexo ao Palácio dos Doges pode-se visitar a antiga prisão da cidade. E ligando esses dois prédios está a famosa Ponte dos Suspiros. O nome sugere um clima romântico no ar, mas a história joga um balde d´água fria e desmente esse clima. O suspiro, nesse caso, era dado pelo prisioneiro ao passar por essa ponte quando levado à sua cela. Sabe Deus seu destino...



SOS VENEZA

Mas Veneza não chama só atenção em razão de seu ar romântico e especial , além de ser a cidade que atrai dez milhões de turistas por ano. Ela vem preocupando os ambientalistas. A cidade, devido ao aquecimento global, sofre também com a poluição ambiental e seu efeito sobre o meio ambiente. Conversando com uma brasileira, proprietária de um restaurante na cidade, soube que quando o nível da água do mar sobe, os comerciantes têm grandes prejuízos com seus estoques.

Muitos turistas que visitam a cidade no mês de novembro, por exemplo, podem constatar essa inundação . As pessoas não podem nem sair dos "vaporetti" para visitar a cidade já que a água pode chegar à altura do joelho .

Desde 1900, Veneza já afundou quase 13 centímetros, e pode submergir outros 20 nos próximos cinco anos, dizem os especialistas. A cada ano, entre outubro e março, os ventos que chegam do sudeste e as marés levam até a lagoa a chamada “água alta”, cheias de mais de 80 centímetros acima do nível do mar, provocando cerca de cem inundações.

Existe um projeto, denominado Moisés que previa a construção de 78 barreiras de ferro móveis, que seriam acionadas quando houvesse risco de inundação. Se as águas do Mar Adriático, confinadas na lagoa de Veneza, atingissem um metro acima do normal, as barreiras seriam ativadas. Mas, para variar, o plano nunca saiu do papel. Desagradou a ambientalistas. Alguns temiam desequilíbrios no frágil ecossistema da região.

O projeto também enfrentou a oposição dos empresários, que não queriam perder as rotas do tráfego marítimo. Tudo igual em todo lugar do mundo, é o que sempre digo.

Tenho certeza que o mundo está torcendo para que a cidade dos monumentos históricos, da arte, de cenário de filmes, sonhos e festivais consiga sobreviver a esses efeitos do aquecimento global.

L.M.

Recadinhos:

1-Queridos amigos que me visitam, desculpem o tamaaaaaaaaaaaaanho do post. Estava ansiosa para concluir essa "viagem" e partir para outros assuntos.
2- O próximo post será de 4 linhas, prometo.rs
3- Desejo a todos um bom feriado e curtam bastante o Dia da Criança. Conservar nossos conteúdos infantis nos leva à uma vida saudável, acreditem.rs

Um beijo e até segunda-feira , quando voltarei a visitar os amigos.

Lau Milesi

Informações sobre o projeto Moisés : Folha de São Paulo/ Jornal O Globo.