Tarde de quarta-feira. Sentadinha na antessala de um consultório onde reinava o sexo dito frágil, aguardava, tranquila, minha consulta.De repente, minha tranquilidade é interrompida pelo celular. Abro a bolsa, atendo. Ao guardar o incoveniente/útil aparelhinho, aproveito para dar um retoque no batom. Aqueeeele vício que algumas (ou muitas ) mulheres têm. Aliás, que atire o primeiro espelhinho/batom quem nunca cometeu esse pecado.
Quando estou quase concluindo o retoque, sou interrompida por um lindo e largo sorriso de uma outra senhora que estava à minha frente. Com a mão estendida na minha direção, pergunta alegremente se não poderia dar uma "pinceladinha" com o meu batom. E o pedido vinha argumentado. Como o calor estava insuportável, ela havia se refrescado com um suco que, provavelmente, levara seu colorido dos lábios.
Que saia justa, pensei. Justíssima, pensei em seguida.Na hora, me veio à cabeça que batom é como escova de dentes, é pessoal. Essa é a minha opinião. E quem disse que dei minha opinião? Bravamente "não" dei. "Não" me pronunciei. Fiquei paralisada sem saber o que fazer.
Como já disse anteriormente, toda essa argumentação me veio à cabeça. Apenas à cabeça. Porque à boca veio um cadeado que a trancou como um cofre. Acompanhada do cadeado surgiu uma onda de calor misturada a verdadeiras nevascas que me congelaram a garganta. Eu queria me livrar disso tudo e dizer apenas aquela palavra poderosíssima, que cria limites e que tem apenas três letrinhas- ou mais- quando pronunciada com maior vigor : "Nããããããão. Mas não consegui.
Quando estou quase concluindo o retoque, sou interrompida por um lindo e largo sorriso de uma outra senhora que estava à minha frente. Com a mão estendida na minha direção, pergunta alegremente se não poderia dar uma "pinceladinha" com o meu batom. E o pedido vinha argumentado. Como o calor estava insuportável, ela havia se refrescado com um suco que, provavelmente, levara seu colorido dos lábios.
Que saia justa, pensei. Justíssima, pensei em seguida.Na hora, me veio à cabeça que batom é como escova de dentes, é pessoal. Essa é a minha opinião. E quem disse que dei minha opinião? Bravamente "não" dei. "Não" me pronunciei. Fiquei paralisada sem saber o que fazer.
Como já disse anteriormente, toda essa argumentação me veio à cabeça. Apenas à cabeça. Porque à boca veio um cadeado que a trancou como um cofre. Acompanhada do cadeado surgiu uma onda de calor misturada a verdadeiras nevascas que me congelaram a garganta. Eu queria me livrar disso tudo e dizer apenas aquela palavra poderosíssima, que cria limites e que tem apenas três letrinhas- ou mais- quando pronunciada com maior vigor : "Nããããããão. Mas não consegui.
Para dar um amenizada na cena, tive um insight de pegar o celular, sair da sala em direção a um hall,como se estivesse algo muito importante a resolver. Enquanto isso ganharia tempo, pensei. Como seria a próxima cliente a ser chamada, me esconderia atrás do meu batom, dentro do consultório. E foi o que aconteceu. Assim que a enfermeira me convidou a entrar voei para dentro da sala numa volúpia, que cheguei a assustar a minha querida médica.
Que bobagem, muitos podem pensar. Mas sofri nesse momento. Sofri mais ainda quando lembrei das acusações que,constantemente, me são feitas: "Você tem que aprender a dizer não"."Tudo você diz sim". E, pela primeira vez, tive que admitir que esse jogo de "não e sim" é muuuuuuito complicado pra mim.
Será que estou só nesse jogo?
Um beijo
Lau
"Bom fim de semana ensolarado para todos para todos os amigos que dão uma espiadinha aqui".
Lau
"Bom fim de semana ensolarado para todos para todos os amigos que dão uma espiadinha aqui".
Fotos: editadas no Picasa e capturadas no Pixdaus/ Google.Um blog é sua própria tribuna virtual, onde você pode acordar toda manhã e, em forma de coluna, folheto informativo, ou apenas uma dissertação, contar ao mundo o que você pensa sobre qualquer assunto, enviar o arquivo para o seu próprio website e então esperar que o mundo o acesse. (Thomas L. Friedman)