Friday, February 5, 2010

"Não , não sei dizer não".



Tarde de quarta-feira. Sentadinha na antessala de um consultório onde reinava o sexo dito frágil, aguardava, tranquila, minha consulta.De repente, minha tranquilidade é interrompida pelo celular. Abro a bolsa, atendo. Ao guardar o incoveniente/útil aparelhinho, aproveito para dar um retoque no batom. Aqueeeele vício que algumas (ou muitas ) mulheres têm. Aliás, que atire o primeiro espelhinho/batom quem nunca cometeu esse pecado.

Quando estou quase concluindo o retoque, sou interrompida por um lindo e largo sorriso de uma outra senhora que estava à minha frente. Com a mão estendida na minha direção, pergunta alegremente se não poderia dar uma "pinceladinha" com o meu batom. E o pedido vinha argumentado. Como o calor estava insuportável, ela havia se refrescado com um suco que, provavelmente, levara seu colorido dos lábios.

Que saia justa, pensei. Justíssima, pensei em seguida.Na hora, me veio à cabeça que batom é como escova de dentes, é pessoal. Essa é a minha opinião. E quem disse que dei minha opinião? Bravamente "não" dei. "Não" me pronunciei. Fiquei paralisada sem saber o que fazer.

Como já disse anteriormente, toda essa argumentação me veio à cabeça. Apenas à cabeça. Porque à boca veio um cadeado que a trancou como um cofre. Acompanhada do cadeado surgiu uma onda de calor misturada a verdadeiras nevascas que me congelaram a garganta. Eu queria me livrar disso tudo e dizer apenas aquela palavra poderosíssima, que cria limites e que tem apenas três letrinhas- ou mais- quando pronunciada com maior vigor : "Nããããããão. Mas não consegui.

Para dar um amenizada na cena, tive um insight de pegar o celular, sair da sala em direção a um hall,como se estivesse algo muito importante a resolver. Enquanto isso ganharia tempo, pensei. Como seria a próxima cliente a ser chamada, me esconderia atrás do meu batom, dentro do consultório. E foi o que aconteceu. Assim que a enfermeira me convidou a entrar voei para dentro da sala numa volúpia, que cheguei a assustar a minha querida médica.

Que bobagem, muitos podem pensar. Mas sofri nesse momento. Sofri mais ainda quando lembrei das acusações que,constantemente, me são feitas:
"Você tem que aprender a dizer não"."Tudo você diz sim". E, pela primeira vez, tive que admitir que esse jogo de "não e sim" é muuuuuuito complicado pra mim.

Será que estou só nesse jogo?

Um beijo

Lau
 

"Bom fim de semana ensolarado para todos para todos os amigos que dão uma espiadinha aqui".

Fotos: editadas no Picasa e capturadas no Pixdaus/ Google.Um blog é sua própria tribuna virtual, onde você pode acordar toda manhã e, em forma de coluna, folheto informativo, ou apenas uma dissertação, contar ao mundo o que você pensa sobre qualquer assunto, enviar o arquivo para o seu próprio website e então esperar que o mundo o acesse. (Thomas L. Friedman)