Peço licença aos amigos que me visitam para interromper a série da poetisa Roseana Murray e prestar minha homenagem ao Grande Radialista Luiz Mendes, um dos maiores nomes do jornalismo esportivo dos últimos tempos.
O "comentarista da palavra fácil"virou estrelinha ontem,"luarizou-se",como diria o também Grande poeta Quintana.
O "comentarista da palavra fácil"virou estrelinha ontem,"luarizou-se",como diria o também Grande poeta Quintana.
Luiz Mendes trabalhou por mais de 70 anos na cobertura esportiva. De um estilo único,dono de uma voz melodiosa, linda, Mendes ainda estava em plena atividade como comentarista na Rádio Globo.(link)
Como eu o admirava ! Como gostava de ouvir suas análises, suas críticas,suas opiniões, sempre iniciadas com aquela expressão simples, carinhosa: "minha gente". Confesso que me sentia bem pertinho dele nessas horas. Embora tenha tido o privilégio, a honra de ter conhecido, pessoalmente, esse grande homem .
Mendes também é muito admirado pelo meu filho. Hoje, quem deve recebê-lo lá "em cima" será meu querido e saudoso pai, outro admirador do radialista, que agora poderá ouví-lo de onde ficam as estrelas...e a Lua.
Além de um profissional impecável, Mendes era um profissional "ético","justo",tinha "peito","opinião". Um homem de atitude.
Numa entrevista concedida a André Rocha, do Blog "Olho Tático", Luiz Mendes disse:
"Eu vejo o atual jornalismo esportivo com um pouco de preocupação. Porque se criaram uma lei para que se estudasse Jornalismo nas Faculdades de Comunicação, a profissão deveria ser respeitada. Mas não é. Ex-jogadores e ex-árbitros de futebol são os comentaristas de hoje no lugar de jornalistas e, entre outros tantos erros, matam a Gramática. Não são todos, mas a grande maioria agride o bom Português. Nem isso levam em consideração.
Os jornalistas que estão surgindo acabam prejudicados. Alguns conseguem entrar na SporTV e em outros canais e são realmente muito bons, promissores. Com boa presença e conhecimento. Outros são fracos. Hoje em dia não se exige que se tenha uma boa voz, nem no rádio nem na TV. Antes uma boa dicção era exigida aos profissionais.
Na época em que ainda não existiam as faculdades, nós adquiríamos na prática. Mas tínhamos o registro de jornalista, era obrigatório. Eu só pude ser contratado como locutor da Rádio Globo quando me registrei no Ministério do Trabalho. Antes, na minha carteira de trabalho constava “auxiliar de escritório” como função, embora ocupasse o microfone. O diploma era o do “prático licenciado”, digamos assim.
A juventude atual é frouxa. Ela tinha que ir para as ruas protestar! Quando quiseram colocar o Fernando Collor fora do governo, eles foram para as ruas com as caras pintadas. Por que não fazer um movimento que obriguem as emissoras a contratarem os jornalistas formados? As organizações os aceitam como estagiários, mas na hora de contratá-los, mandam embora e aí vem o ex-jogador para ocupar o lugar".
Esse era o GRANDE HOMEM, o COMENTARISTA DA PALAVRA FÁCIL.
Que descanse em paz, Luiz Mendes . +♥
Lau Milesi
E.T.
- Como corri pra fazer essa homenagem póstuma ao Grande Luiz Mendes. Ninguém imagina.Não mesmo. Mas como dizia outro gênio que amava o futebol, o jornalista e escritor, Nelson Rodrigues: "problemas não são obstáculos, mas oportunidades ímpares de superação e evolução".
- Mais homenagens a Luiz Mendes podem ser vistas aqui. Onde há quem tenha muito mais a contar sobre esse Grande Radialista, esse Grande Profissional.
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