- Esta Gente -
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo.
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo.
(Sophia de Mello Breyner)
(A toda " esta gente" não só do nosso Brasil , mas de todo planeta terra).
Um beijo e bom fim de semana "cívico".
Lau UHUHUHUHUHU!!!!!!!!!!
VIVA "A GENTE MULHER " !!!!!! [rs]
VIVA A PRESIDENTE!!!
Sophia de Melo Breyner Andresen, foi uma das mais importantes poetisas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante "galardão literário" da língua portuguesa, o Prêmio Camões, em 1999.
Imagem: "Tela Operários" , de Tarsila do Amaral.
Tarsila do Amaral, mascida em uma fazenda no interior de São Paulo, pintou o quadro "Operários" após uma viagem que a artista fez para a antiga URSS (União das Repúblicas Soviéticas Socialistas). Foi a primeira da época a explorar os temas sociais, segundo Carlos Scarinci, 72 anos, mestre em História da Arte pela USP .