Uma das conquistas do cinema sonoro foi a descoberta do silêncio _ o silêncio de quando se espera ou se imagina uma coisa.
No tempo do silencioso, ignorava-se o silêncio: havia sempre nas salas de projeção o pano de boca da orquestrinha, como hoje o pano do fundo musical.
Me ocorre tudo isso ao ver Frenesi, o último filme do Mestre Hitchcok, que, Deus o abençoe,não criou mofo com a velhice.
Há, neste filme, uma esquina terrivelmente silenciosa sem ninguém. E uma escada deserta por onde sente-se que o silêncio vai subindo. Um truque de objetiva , sim, mas pura magia do mestre.
Alias,o silêncio é que torna tão impressionante - tão de outro mundo _ uma rua numa tela. Que torna tão encantadora as crianças daquelas cenas familiares pintadas pelo velho Renoir. E mesmo lendo-se um romance, ouvindo-se um drama _nós o fazemos em um silêncio de almas desencarnadas ,isto é, quando nos vemos livres de nós mesmos.Esse é o milagre da arte.
E, diante disto, bem se poderia dizer que toda arte é feita de silêncio.
E como hoje comemora-se o dia De São Cosme e São Damião, deixo mais esse:
Que Cosme e Damião proteja às crianças e a todos nós contra as maldades, a inveja ... e tudo de ruim e nocivo que há nesse mundo.
Um beijo
Bom fim de semana!
Lau
E.T. Obrigada às duas novas @migas que aqui chegaram.
Sejam bem-vindas!
Sejam bem-vindas!
Fonte: A Vaca e o Hipogrifo, Mario Quintana, pág. 230-Editora Alfaguara.
Tela de Renoir : Madame Georges Charpentier e suas filhas - 1878-