Monday, June 27, 2016

Porque hoje é dia do Grande Guima!!


                                                  Imagem com licença poética

"Amar é a gente querer se abraçar com um pássaro que voa."

"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"

“Você é o estado dum perfume. Respirar que forma uma alegria.”

"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo."

" Olhe: Deus come escondido, e o diabo sai por toda parte lambendo o prato"… 


"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor". 





Disclaimer:
Minha homenagem ao aniversariante do dia, o Grande João Guimarães Rosa,vai através de excertos de suas maravilhosas obras.Não canso de dizer que sou apaixonada pelas letrinhas de Guima. Grande Sertão: Veredas, então... na minha opinião, uma das mais significativas obras da literatura brasileira.O tema sincretismo religioso que o autor explora no romance, a linguagem e  os aforismos, entre tantas outros atributos, me encantaram na primeira leitura e me encantam até hoje. 
Quem contestará que "viver é perigoso"; "Quem desconfia,fica sábio".
Um homem que escreve:"Muitos hão de estar vigiando,e chorando, a noite toda, porque a água dos olhos nunca tem sono"... não pode ser desse planeta mesmo. 
Já declinei essa minha paixão pelo velho Guima aqui no blog em texto semelhante,e repito hoje lançando mão da máxima popular: "time que tá ganhando não se mexe". 
Sendo assim,não retiro uma palavrinha de elogio já dada a esse grande escritor.
 Encante aí no céu,Guimarães Rosa. 
Ave Guima!! Evoé!!! 


Para acompanhar o Grande Guima,outro aniversariante do mês: Gilberto Gil, (link)
O som está  aqui.  E aqui tem outro sonzinho. 



Boa semana para os amigos que me visitaram,mesmo o blog não estando atualizado. Desculpem,compromissos no mundo real me impediram de "blogar".
Um beijo
Lau




                                                                     





Fontes: necessariamente na ordem dos excertos:João Guimarães Rosa, em "Do diário em Paris", do livro 'Ave, palavra') João Guimarães Rosa, do conto "Zoo" - no livro 'Ave, Palavra'. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 122. (João Guimarães Rosa, da novela “Dão-lalalão”, em "Noites do Sertão", no livro 'Corpo de Baile'. 1965) (João Guimarães Rosa, do conto "O espelho", no livro 'Primeiras estórias'. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1962)João Guimarães Rosa, no livro “Grande Sertão: veredas”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

Sunday, June 19, 2016

Sobre Reflexões...


O escarlate que  inebriava
hoje assusta
engrenagens sugam
gota a gota
o líquido vermelho
que outrora 
pulsava sem vigília

(Lau Milesi-17/6/2016- 03h 30min a.m)



Disclaimer
Pelo menos nove décimos da nossa felicidade devem-se exclusivamente à saúde.Pois dela depende,antes de mais nada,a serenidade do espírito:quando esta é presente,as condições externas mais hostis e desfavoráveis parecem mais suportáveis do que mais felizes, quando a enfermidade nos torna intolerantes e temerosos.O que nos torna felizes ou infelizes não é o que as coisas realmente são no contexto externo da experiência,mas o que representam para nós do nosso ponto de vista.Além disso, a saúde, com  a serenidade que a acompanha,pode substituir tudo, mas nada pode substituí-la.Em suma, sem ela não se pode experimentar nenhuma felicidade externa, que, portanto, não existe para quem a possui mas está doente.
Com saúde,tudo é uma fonte de prazer....e alegria, eu acrescentaria à máxima do filósofo.Por isso, um mendigo saudável é mais feliz que um rei doente. 
(William Shakespeare) (link)




O  som está aqui
E faz parte da trilha sonora do filme que assisti hoje,"Me Before You",(link)
e derramei baldes de lágrimas.


 Uma boa semana aos amigos que passam por aqui.
Um beijo
Lau





Imagem captada na Web: "Blood"
Mais sobre o Velho Shake aqui,

Saturday, June 11, 2016

"Eu acho que a senha é Amor"...

Imagem com licença poética_

Eu acho que a senha é Amor.

"O amor só dura em liberdade".
(Raul Seixas in  A Maçã )

“Esse longo caminho percorrido
Lado a lado,nos bons e maus momentos,
Faz de nos dois um ser unificado
Pelos mais fundos,ternos sentimentos”

Amor é o que se aprende no limite,
amor começa tarde.

(Carlos Drummond de Andrade in "Declaração de Amor-
Canção de namorados" e "O Amor  e Seu Tempo))


 "Desde 
Sempre estiveste. 
No meu mudo momento 
Desde sempre,amor,redescoberto em mim". 

(Hilda Hilst, link_in 'Prelúdios Intensos para os Desmemoriados do Amor' ) 


Disclaimer
 Deixo hoje alguns fragmentos,não fragmentados,rs em  lembrança ao 
 Dia dos (E)Namorados (link) que comemora-se amanhã (12), aqui no Brasil.
 Que  todos os dias sejam dias do amor,conforme desejo
 e decreto de Drummond.(link)
Diante  do que se vê de intolerância,injúrias,ódio etcéteraetal neste século,nada melhor de que o decreto do poeta fosse aprovado imediatamente,né não? 
Que assim seja.



No clima do "Love is in the air" :) , ai vai uma chanson habitué no Renascendo. 
Para conferir clique aqui.



Um domingo amoroso ♥  para os amigos que passam por aqui.
Grata pelas visitas.
Um beijo
Lau


 Imagens editadas no Picasa com direitos autorais.

Wednesday, June 8, 2016

"Eu Você e a Lua" (reposting com outro título)

                                                                    (Arte by Tunga)

SONETO DE MAIO
Rio de Janeiro,1957

Suavemente Maio se insinua 
Por entre os véus de Abril, o mês cruel 
E lava o ar de anil, alegra a rua 
Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua 
Esquecido o pudor, baixa o dossel 
E em seu leito de plumas fica nua 
A destilar seu luminoso mel.
Raia a aurora tão tímida e tão frágil 
Que através do seu corpo transparente 
Dir-se-ia poder-se ver o rosto
Carregado de inveja e de presságio 
Dos irmãos Junho e Julho, friamente 
Preparando as catástrofes de Agosto...



Disclaimer
Minha homenagem ao Grande Tunga,um dos principais representantes da arte contemporânea brasileira,se faz através de sua arte acima intitulada:"Eu Você e a Lua",que terá sua instalação na Art Basel 2016 (link),
evento que acontece entre 13 e 19 de junho na Suíça.  
Tunga foi o primeiro artista a ter uma obra contemporânea no museu do Louvre. 
 É considerado um visionário das artes.
Virou estrelinha,na última segunda-feira(6). 
R.I.P. "Tunga". 


Um bom restinho de semana aos meus amigos que me leem. 
Um beijo. 
Lau






Mais sobre o artista pernambucano pode ser conferido  aqui.
Imagem by @Art Basel

Friday, June 3, 2016

"Desato"

Matisse com licença poética

É preciso fritar o arroz bastante antes de jogar água fervendo.
E não pode mexer jamais depois de a água ser posta.
O alho deve fritar no óleo junto com o arroz.

Coisas que eu sei e que não. Eu sei muitas coisas.
Faxina por exemplo. Sei limpar uma casa de tal modo
Que não sobra um canto que não tenha sido tocado
Por minhas mãos.

Depois vou sujando. Com muito gosto.

Deixo peças na sala e louças sujas na pia.
Não na mesma hora mas um pouco
Bastante depois volto limpando.
Assim me faço.
Nos objetos que me acompanham.

Gosto de andar nas ruas e comprar coisas
Que vão se arrumando em torno de mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer, tenho muitas camadas.
Uma camada de livros outra de sapatos.
Tem a camada de plantas. E toalhas de rosto.
Tenho camadas de cosméticos e de adereços.
Uma camada de nomes e de coisas que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor. Em forma de corpo.
Um corpo que me sustenta quando o meu próprio me falta.

Cadeiras são meus ossos. Sapatos são meus braços.
Torneiras em meus poros. Paredes como roupas de inverno.
(Quando toca música em minha casa sai do umbigo)

Descanso recostada nas paredes da casa
Que me guardam como um abraço. 
Me abraço quando me derramo na sala.
E na cozinha.Em geral adormeço no quarto.

Tudo em minha casa tem existência.
Todas as coisas significo.
Com os olhos. Ou com as mãos.
Minha casa tem silêncios
Que ás vezes ouço. Em meu corpo
Tem silêncios maiores ainda.
Que às vezes ouço.
                                 (excerto)
(Viviane Mosé)  (link)



(A todas as mulheres que,assim como eu,atam/desatam; 
apegam/desapegam;encantam-se/desencantam-se;faxinam-se;amam/odeiam/;
choram /riem;arrumam-se/desarrumam-se;sonadas/insones; habitadas/desabitadas;calçadas/descalças;queimem/ou não o arroz;tenham a capacidade (ou não) de tocar a  alguém,e  que consigam "viver" seus burburinhos internos sem perturbar a vida de ninguém ...e não ter contas a prestar,idem).
 Viver é etcétera,já dizia Guimarães Rosa.(link) Vivamos!!!


Para quem mora na cidade maravilhosa,o Rio de Janeiro,deixo um dica cujo tema,"o estupro",está em pauta.É só clicar aqui.
  
[#eusoucontraaculturadoestupro.E não é só o físico,o visual também]

Bom fim de semana aos amigos que me leem.
Um beijo
Lau



Recadinho:
 Depois do post publicado,todo certinho,de repente,eis que surge incompleto.Tive que tirá-lo do ar-desculpem-e refazê-lo.
Ghosts??Quem sabe?  
Qdo reclamo dessas surpresas desagradáveis,há quem não acredite.
Hã!!!! 
L.M.
                                    

Fonte:MOSÉ, Viviane. "Toda palavra". Rio de Janeiro, RJ: Editora Record, 2008.

Desato...

Matisse...com licença poética.


É preciso fritar o arroz bastante antes de jogar água fervendo.
E não pode mexer jamais depois de a água ser posta.
O alho deve fritar no óleo junto com o arroz.

Coisas que eu sei e que não. Eu sei muitas coisas.
Faxina por exemplo. Sei limpar uma casa de tal modo
Que não sobra um canto que não tenha sido tocado
Por minhas mãos.

Depois vou sujando. Com muito gosto.
Deixo peças na sala e louças sujas na pia.
Não na mesma hora mas um pouco
Bastante depois volto limpando.
Assim me faço.
Nos objetos que me acompanham.

Gosto de andar nas ruas e comprar coisas
Que vão se arrumando em torno de mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer, tenho muitas camadas.
Uma camada de livros outra de sapatos.
Tem a camada de plantas. E toalhas de rosto.
Tenho camadas de cosméticos e de adereços.
Uma camada de nomes e de coisas que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor. Em forma de corpo.
Um corpo que me sustenta quando o meu próprio me falta.

Cadeiras são meus ossos. Sapatos são meus braços.
Torneiras em meus poros. Paredes como roupas de inverno.
(Quando toca música em minha casa sai do umbigo)

Descanso recostada nas paredes da casa
Que me guardam como um abraço. 
Me abraço quando me derramo na sala.
E na cozinha.Em geral adormeço no quarto.

Tudo em minha casa tem existência.
Todas as coisas significo.
Com os olhos. Ou com as mãos.
Minha casa tem silêncios
Que ás vezes ouço. Em meu corpo
Tem silêncios maiores ainda.
Que às vezes ouço.  

(excerto)

                                                         (Viviane Mosé) 

(A todas as mulheres amigas que,assim como eu,atam/desatam; apegam/desapegam;encantam-se/desencantam-se;faxinem-se;amam/odeiam/;
choram /riem;arrumam-se/desarrumam-se;sonadas/insones; habitadas/desabitadas;calçadas/descalças;queimem/ou não o arroz;tenham a capacidade (ou não) de tocar a  alguém,e consigam "viver" seus burburinhos internos sem perturbar a vida de ninguém ...e não ter contas a prestar,idem).
 Viver é etcétera, já dizia Guimarães Rosa.(link)
Vivamos!!!

                                      
Para quem mora na cidade maravilhosa,o Rio de Janeiro,deixo um dica,já que o tema "estupro" está em pauta.É só clicar aqui.
  

 #eusoucontraaculturadoestupro.
                                           E não é só o físico,o visual também.




                            


                           


Recadinho:
 Depois do post  no ar,todo certinho,de repente,eis que surge incompleto. Tive de refazê-lo. Ghosts, quem sabe?  Qdo  reclamo,há quem não acredite
L.M.