Monday, November 17, 2014

"Futebol e Poesia" ( Na linguagem de Drummond e Manoel de Barros)

(Mount of Olives-Jerusalém- by © SC Milesi )

Futebol se joga no estádio? 
Futebol se joga na praia, 
futebol se joga na rua, 
futebol se joga na alma. 
A bola é a mesma: forma sacra 
para craques e pernas-de-pau. 
Mesma a volúpia de chutar 
na delirante copa-mundo 
 São voos de estátuas súbitas,
 (excerto de "Futebol")
(Carlos Drummond de Andrade in Poesia Errante) 
(link com news sobre Drummond)





" Disclaimer" 


Sabe quando a gente se sente bem, sabendo que cumpriu uma missão com louvor?Pois é, assim me sinto ao chegar quase ao final de 2014 e, também, depois que passou todo o blá, blá, blá da Copa do Mundo, momento em que "os profetas do apocalipso" "urubuzavam" o nosso país. Me sinto realizada não só porque tudo deu certo e, principalmente,pela minha primeira obra-prima,meu primeiro poema:meu filho, meu primogênito. É dele essa foto, feita na sua última viagem a trabalho para a Jerusalém envolvendo assuntos "futebolísticos".

Desde a hora em que recebi a foto, me apaixonei por ela.Não sei explicar o motivo.Lembrei de Manoel de Barros quando dizia que imagens são palavras que nos faltaram, corri para meu eterno parceiro Drummond e peguei algumas palavrinhas de Humberto Miranda numa homenagem em que fez ao saudoso e querido poeta Manoel,quando de sua partida há 4 dias:

(...)"essa vida é besteira,chega e passa.E o mundo continua de ignorãças sãs,os estádios de futebol,por exemplo: são coisas de brincar.Como dizia Manoel,se a palavra falta, a gente cria a imagem de seu entendimento no jogo da sensibilidade.Hora de narrar o inenarrável.

Os meninos invadem o gramado, todos, imaginando o futebol como arte, traquinagem.

A bola voa pelo campo conduzidas por centenas de borboletas amarelas.Ponham a cor que quiserem.Para os meninos aprender a tanger centenas de borboletas é que cria a possibilidade de fazer o gol.

"Meninos são assim".Tangem borboletas para que a bola vá de asas à meta só porque vivem de sonhar.

Cabeceiam o vento porque viram o Pelé socar o ar...

Os meninos tangem as bolas para os lados das meninas. Tentam dar dribles como Garrincha.Perto delas amam bobinhos e começam a se amostrar.

Os mais atrevidos,matam no peito e experimentam a paixão; outros mais literários, proporcionam gol de letras, passes de primeira, chutes de efeito... tudo que também nem chegou a ser coisa ainda.

Não há zagueiros e nem volantes.Só atacantes e meias.A meia-lua é inteira,a grande área, pequena e a meta, imensa.

O campo imaginário fica localizado no campo imaginário que não é.

Nesse estádio, todos correm e a bola voa com as borboletas amarelas, sem aplacar.

Geraldinos e arquibaldos flutuam a cada expectativa de abraços,gol após gol.O que dizer quando abraços estão no ar?

Na vida,todos passam: os goleiros, os passarinhos...

Viva Drummond! Viva Manoel !! 

 L.M.                                                                





 Uma boa semana para os amigos que me leem.


 Lau






Aqui pode-se conhecer o Monte das Oliveiras,Jerusalém.


Imagem com direitos autorais

Texto (excertos) do blog de Juca Kfouri, by Humberto Miranda.
Fonte: Carlos Drummond Andrade in Poesia Errante.

9 comments:

  1. Oi Lau
    Te tivessem me peguntado de deveria ter copa no Brasil , ou não, eu fatalmente diria que não. Acredito que temos outras prioridades bem mais importantes, embora goste muito de futebol (Zeroooo). Quanto ao poema e o textos, duas feras que dispensam comentário. Tenha uma linda semana
    Bjux.

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  2. Oi Wanderley, o país ficou dividido mesmo quanto à realização da Copa. O que me assustou foram as previsões, as pessimistas, as catástróficas na época da Copa. Foi tudo bem, exceto aquele acidente triste, a queda do viaduto em BH que deu um tom triste ao evento. Eu adorei essa foto, coisas de Lau.:) Meu filho me enviou uma tb em que um shopping foi construído em frente a um mausoléu, na Rússia. Nem a Barra da Tijuca teria essa ideia.:)
    Bjuxx, amigo, obrigada por sua visita.

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  3. Que lindo,Lau! Muito interessante essa foto!
    O futebol está em todo lugar,até na minha sala,amiga.kkkk
    Fico doida quando os meus diabinhos resolvem ser jogadores e goleiros.kkkk Gostei muito!
    Os dois poetas são maravilhosos.
    Uma bjoka no seu filho pela bela foto e outra pra você pelo lindo post.
    Bom feriado! Aproveite!

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    1. Oi Lu quirida, tudo bem? Imagino a sala, rs aqui em casa é assim também. E o Elio incorporou o Cavallieri que não tem jeito. Verdade o que você diz, o futebol está até na linguagem do povo: "jogou a fulana pra escanteio","o cara bate um bolão","embolou o meio de campo", uma das minhas preferidas.
      Obrigada pela visita. Gosto de visitas que comentam.
      Vou dar os beijos,xácomigo.:)
      Bom feriado também. Beijoooos.

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  4. Lau sogrinha, kkkquem ainda bate um bolão é você terremoto,vulcão.kkkk
    Lindo o seu post.Todos são lindos.Vou me comportar,pode deixar.
    Vamos nos divertir e fazer muitas pictures no feriado.
    Bjsss meus,das meninas e do goleador .
    love u

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    1. :) Bom dia, muy comportada.Obrigada pelo bolão, Aninha. :) Faço gol de trivela (ainda), golaços. Vc não viu?rs
      Obrigada pelo lindo e pelo vulcão. Tenho meus dias de erupção mesmo,aguarde.rsrsrs
      Beijoooos
      See you tomorow.

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    2. Ah...evocando Manoel,meu querido: " é difícil fotografar o silêncio".#ficaadica rs
      Obrigada pela visita,minha querida.
      Love you too.

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  5. Ler você, Lau Milesi,é uma viagem muito agradável e proveitosa. Essa sua foto é de uma terra santa,Lau.Uma imagem repleta de simbologias. E o texto que a acompanha, nessa homenagem ao poeta falecido, é muito bonito.
    Os aplausos de sempre.
    Aproveito para desejar um bom descanso e elogiar a sua biblioteca virtual, uma vez que não consegui comentar seu próximo post.
    Belas escolhas literárias. Mais parabéns.
    Um abraço.

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  6. :) Obrigada, Caio. Saí do meu retiro digital. Uhu!! Quanta história nessa terra, né? Nem fale, levei os 3 livros citados. Embasamentos que se fazem necessários no momento. Obrigada pela visita e desculpe te deixar preso tanto tempo aí. Um beijo, Caio.

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