(Picasso)
Por que persistes, incessante espelho?
Por que repetes misterioso irmão
O menor movimento de minha mão?
Por que na sombra o súbito reflexo?
És o outro eu sobre o qual fala o grego
E desde sempre espreitas.
Na brunidura
Da água incerta ou do cristal que dura
Me buscas e é inútil estar cego
O fato de não te ver e saber-te
Te agrega horror, coisa de magia que ousas
Multiplicar a cifra dessas coisas
Que somos e que abarcam nossa sorte.
Quando eu estiver morto, copiarás outro
E depois outro,e outro, e outro, e outro...
O menor movimento de minha mão?
Por que na sombra o súbito reflexo?
És o outro eu sobre o qual fala o grego
E desde sempre espreitas.
Na brunidura
Da água incerta ou do cristal que dura
Me buscas e é inútil estar cego
O fato de não te ver e saber-te
Te agrega horror, coisa de magia que ousas
Multiplicar a cifra dessas coisas
Que somos e que abarcam nossa sorte.
Quando eu estiver morto, copiarás outro
E depois outro,e outro, e outro, e outro...
(Jorge Luiz Borges) link
Para acompanhar essas duas feras, Borges e Picasso,
deixo outro talento:
Bom fim de semana!
Lau
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Recadinho
Obrigada aos novos @migos que aqui chegaram.
Sejam bem-vindos!
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Sejam bem-vindos!
Sobre o Grande Pablo Picasso clique aqui.
Imagem: Girl Before a Mirror (Picasso)
Fonte: Jorge Luiz Borges, Ao Espelho. Do livro “O Ouro dos Tigres”Jorge Luis Borges - Obras Completas II, São Paulo, Editora Globo, 2000, pág. 550.