Sunday, April 3, 2016

Mês De Aniversário do Renascendo = "Flashbacks" .


Olá amigos,neste mês,no dia 13,o Renascendo completa 7 anos de existência.Eu pretendia começar o mês de abril com esses flashbacks que, incentivadoramente e delicadamente,o Google chama de "populares",muito procurados,lidos,clicados.O que muito nos alegra,quando são lidos por pessoas normais,amigas e sociáveis,lógico.

Mas ...infelizmente, a vida vive pregando peças em TODOS.Aconteceu uma tragédia com um amigo,mudei o curso,prestei minha homenagem (sincera e sentida) ao anjinho que foi para o céu no dia 1°. 

Passados os 3 dias,começo hoje a republicar os  ditos "posts populares" em homenagem ao meu bloguezinho.
Um beijo.
Bom domingo!




Um Baita Tombo

Publicado em 2010 (lá se vão 6 ,seis anos)




Se fosse Emerson convidaria vocês para viver nos bosques.
Se fosse Thoureau , para a desobediência civil.
Que tal dar uma volta de bicicleta?


Juro a vocês, meus amigos, que as frases acima fariam parte do lead de um texto que escreveria sobre "pedalar", o que adoro e costumo fazer sempre, principalmente, aos sábados. Mas o enfoque do texto foi mudado. "Teve que"... e de maneira drástica.

O último sábado ensolarado no Rio de Janeiro prometia ser um dia bem agradável, a começar pela minha rotina de pedaladas. Mas quando dizem que nem tudo são flores, devemos acreditar piamente, imprimir a frase em letras garrafais e colocá-la na porta da geladeira, como tela de descanso no computador ou até mesmo numa bicicleta, que se tornou a vilã da desagradável situação que vivi e que conto agora para os meus amigos.

Inconsequentemente,no sábado passado, resolvi descer uma rua em acentuado declive pilotando minha ex-amiga magrela. Só que seu sistema de freios falhou.E esse foi o motivo para protagonizar uma bela e perigosa vídeo cassetada.


Não desejo nem aos nossos maus políticos o que passei ao tentar parar minha bicicleta,que insistia em não obedecer meu comando. O desespero em tentar controlar a bike e o fato de não alcançar êxito na minha empreitada me fez capaz de uma proeza digna de um prêmio: "a anta do ano".

E explico o motivo da premiação.Ao tentar saltar da bicicleta, meu corpo aliou-se à empolgação em que ela descia e tomou um impulso tão forte,mas tão forte, que me levou a permanecer no ar por alguns instantes ... e catapóft! esborrachei-me no chão.


(foto capturada na internet para ilustrar o momento de um tombo de bike)



O momento de um tombo, ou de um baita tombo, melhor dizendo, nos traz as mais variadas sensações. Ora indescritíveis ora descritíveis. Passa um filminho à nossa frente. Você não quer acreditar no que está acontecendo. Vem uma tristeza, [ainda continua...snif], uma mágoa, além de um sentimento de impotência e de abandono tão grandes, que nem Freud conseguiria explicar o porquê disso tudo.

Como se não bastassem esses sentimentos, surgem a vergonha e a vontade de morrer. E eu, por milési...mos (sem trocadilho) de segundos,nesse último sábado, morri.

Como a cena foi presenciada por vááááárias pessoas,a vergonha e a vontade/medo de morrer aumentavam à medida em que ouvia: "não toque nela, é perigoso";"shiiii... tombos assim dão hemorragia interna"; "deve ter quebrado o braço, a perna"... coitada" ;" é... do jeito que ela voou da bike...". E a vítima ali, jogada ao chão, tal como um pepino massacrado em final de feira. O pepino entrou na história porque eu estava vestida na cor verde.

E nesse momento em que fui guardada, fitada pelas pessoas, momento literalmente doloroso, percebi o quanto o carioca está antenado em primeiros socorros... Como dão palpites e fazem diagnósticos. Percebi também que além desse dom e da solidariedade, espetacular por sinal, as pessoas, em geral, têm um lado curioso muuuito aguçado. Exageradamente, eu diria.

Mas a hora não era de questionamentos, imaginem. A única vontade que tinha era de sair correndo, me esconder de tanta vergonha. E foi nesse exato momento que percebi que estava lúcida, mas não conseguia me movimentar.E,então,levei à frente minha morte aparente, brincando de morto-vivo, com ligeiras adaptações.

E a brincadeira funcionou mais ou menos assim : quando alguém se aproximava, me olhava ,eu fechava os olhos.Quando se afastava eu abria. Continuei assim por um bom tempo e só abri meus olhos definitivamente quando chegou o socorro médico.

Graças a Deus, depois de passar por duas clínicas, já estou em casa desde o dia do acidente e sem fratura alguma. Mas ainda muuuuuito dolorida, em razão de uma forte contusão óssea e uma senhora contratura muscular na região do quadril. Além de não poder me movimentar, estou com váááááááários :) arranhões e escoriações,algumas tatuagens de hematomas arco-íris,e 3 pontinhos no pulso esquerdo.

Certa vez, uma amiga blogueira me disse que tudo que acontece comigo rende um post. E esse acontecimento,INÉDITO nas minhas horaspedaladas,não poderia ser diferente.

Lá estou aqui contando a minha triste aventura de um ensolarado sábado. Mas por pouco, muito pouco, não estaria. E não estou fazendo drama. A minha sorte, palavra usada pelo Dr. Alberto, socorrista super amável, foi estar usando meu capacete. Do contrário, poderia estar com ferimentos mais graves ou até chegar ao óbito (médicos usam essa expressão com uma facilidaaade).

Passei esses últimos quatro dias muito triste. Triste por ter dado esse susto à minha família e atrapalhado um final de semana, que é sempre tão esperado na vida de quem trabalha. Refleti muito sobre o que me aconteceu e sobre a minha imprudência.

Como diz a escritora Lya Luft, "viver é cada dia se repensar: feliz, infeliz, vitorioso, derrotado, audacioso ou com tanta pena de si mesmo". Assino embaixo essa pena, pois vocês nem imaginam o que tenho ouvido, de broncas e gozação, em razão do trágico e inconsequente momento que vivi.

Meu filho mais velho, por exemplo, que é muito espirituoso (além da conta) e tem sempre uma frase carinhosa na ponta da língua, me veio com uma história "de que quando a idade mental não condiz com a idade cronológica, o jeito é "tombar"mesmo".

Fique encafifada ao pensar no sentido literal do verbo. [rs] Me senti um prédio histórico todo derrubadinho, aliás, tal como fiquei no meu "baita tombo".

Mas hoje estou mais animadinha por voltar ao convívio de vocês, mesmo que lentamente.


Beijos doloridos para os amigos que passam por aqui e deixam aqueeeeles comentários inteligentes e carinhosos.


Lau Milesi


"Se pedalar use capacete".

Um super beijo para os amigos que me enviaram e-mails me dando aquela força.


Imagens: Bike and flowers, by Pixdaus
A
cidente, captada no Web


Lau Milesi

10 comments:

  1. Lembranças... De quando pedalada era só o movimento para fazer a bicicleta andar.

    ReplyDelete
    Replies
    1. :) Muito bom receber comentário inteligente e bem- humorado.É...lembranças...rs Essas pedaladas foram doloridas. :)
      Obrigada,Eduardo.
      Um beijo.
      Boa noite.

      Delete
  2. Lau querida,lembro tanto desse dia.Você não vai acreditar na sua amiga,mas lembro até do carro de bombeiros na rua pra te socorrer.Do porteiro avisando que você tinha sido acidentada.Ainda não visitava,nessa época,esse seu cantinho gostoso,charmoso.
    O mais importante de tudo é que você continua linda e poderosa outra vez.E motorizada agora,não é amiga? *-*
    Amei sua idéia de reviver esses momentos marcantes.
    Bjokas da amiga e super fã:
    Lu

    ReplyDelete
    Replies
    1. :( Que mico,diz logo,Lu!! Eu lembro, se lembro.
      Não fala em bike elétrica não que os "assaltantes" vão querer roubar.
      Melhor um baita tombo (levantei e tô ótima) do que boca tortorum canelorum na lama e baita pança,né não?
      Obrigada,amiga .
      Beijos

      Delete
  3. Escrevo para dar aos parabéns ao blog pelo sétimo aniversário. Ele é mais que um espaço, é uma forma diferente de ver a vida. Que parece vinda de um tempo sem cólera, iras apagadas e apenas discutindo o espaço que nos é comum. Dividido por todas as pessoas (como dizia a Clarice no tempo em que elas existiam), cujo pensamento comum é apenas o de viver. E deixar viver. Parabéns pela perseverança e esperança. Eu não consigo mantê-la tanto tempo assim. Longa vida à blogueira, sem mais tombos, tombares, e acidentes assim. Beijos.

    ReplyDelete
    Replies
    1. Bom dia,estou há alguns minutos lendo o seu comentário,pensando se o publicava ou não.Tenho medo de alguns anônimos.Os comentários anônimos que publico aqui são de pessoas de meu relacionamento. Mas senti sinceridade nas suas palavras,senti em vc uma pessoa.Obrigada por suas palavras.

      Aconselho que consiga,sim, ser perseverante e determinada.Afirmo,sem modéstia alguma,que sou.A vida virtual me deu mais força para que continuasse a ser.Se eu tivesse tentado ser outra coisa,outra pessoa,tenho certeza que teria desistido de tudo há muito tempo.Qto aos tombares,meu querido pai dizia que tombos nos empurram a levantar.Caí de bike para não atropelar a uma senhora.Valeu o tombo.E como rendeu!! Ficará na história,tenho certeza.Prometi aos meus netos que ficaria.
      Obrigada por seu comentário solidário.
      Um abraço.

      Delete
    2. rs Voltei pra ler seu comentário, me chamou a atenção a stats.Na faculdade,aprendi estratégias de marketing,mas não aprendi que visita de amigo anônimo inteligente é uma estratégia e tanto,descobri agora.
      My Gosh!!,qta curiosidade vc despertou.Nesses dois dias bati o record.Continuemos...na estratégia. Rindo muito dos stalkers desocupados. :)
      Beijos

      Delete
  4. Minha amiga querida, li o texto como se estivesse visualizando todas pedaladas, como se levada na sua "garupa" fosse, em suas andanças, digo, passeios... rs rs Sei bem como é levar um tombo oh se sei amiga! Somente ao cair ao tombar percebemos o quanto não estamos no controle total de tudo, como tudo desaba e vimos nossa fragilidade esfarinhada ao chão ou, ao chegar a ele, uma serie de sentimentos nos vem em flashs... Quantas pedaladas já damos até chegarmos ao "chão" ou não... Meu pai um dia disse pra mim: filha toca a vida pra frente sempre! Se cair sete vezes levanta sete sacode a poeira e Toca pra frente! Jamais esquecerei essas palavras. Amiga, na arte e na vida, sacode a poeira, e toca pra frente.
    Lauzita, assim vi seu 'tombo' rs rs

    De 'Flashs em flashs' Vivemos e Renascemos todos os dias.
    Um abraço apertadin de doer os ossinhos... ai ai ai doeu Lau?! Ui.

    ReplyDelete
    Replies
    1. It querida,que bom receber vc aqui.Obrigada,querida.Adoro que meus amigos me visitem. Ah...tão bom aquele tempo nosso de blog diariamente,né IT?
      Volta a blogar,volta.
      Minhas pé daladas rs foram aprovadas.:)Se foram!!Foi tanto sucesso que fui convidada para o STF,rs fui... e sem ação coercitiva. hahaha
      Eu que agradeço poder renascer,a cada dia, através de amigas e amigos solidários
      e sinceros como vc,por exemplo.
      Um beijo.Boa noite.Muito obrigada.
      Beijos na sua Leti.♥

      Delete

Que bom que você chegou até aqui! ♥
Seja bem-vindo(a)