Tuesday, April 21, 2009

Desabafo na Ponta da Língua


Eu não sei se é a chuva ou o momento em que estou vivendo- ando muito tensa, tenho trabalhado muito, não paro de escrever e nem de falar, mas ando com um apetite de dar inveja a qualquer um. Acho que é a chuva. Afinal, tem sempre que haver um culpado.

Hoje mesmo,com a chuva que cai no Rio de Janeiro, tive vontade, mas muita vontade mesmo, de comer tanta coisa.O pior é que briguei, briguei, com uma “mousse” de chocolate, soltei alguns olhares de desdém, mas, no final, aquela superfície escura, aveludada, me levou a mergulhar a colher e encher a boca.

E lógico, minha língua, o mesmo órgão que uso para falar, agradeceu aquele gostinho delicioso. Ela pulava de alegria. Saboreei a “mousse”, estalando-a, e fiquei pensando que não é surpresa alguma que a gente tenha certa propensão a falar de boca cheia . É nessa hora que a nossa língua não se contem e quer fazer uma saudação aos deliciosos sabores que apresentamos à ela.

Isto é perfeitamente compreensível, já que a ponta da língua é a única parte da boca que registra claramente a presença do açúcar... mas, e quanto ao salgado? Menos calórico...Por que ela não faz o mesmo comigo? Ahh..., o salgado, a danadinha me faz degustar rapidamente, para que eu siga, logo, logo, em direção à sobremesa. Sempre ao doce. Aquele de lamber os "beiços" e os dedos.

Mas o meu desabafo é para tentar entender esse conjunto de sensações entrecruzadas que os cientistas chamam de sabor e que minha língua transporta com tanta rapidez que já estou pensando em sentir o paladar da sobremesa do almoço de amanhã... Estou com apetite mesmo.

O pior é que a previsão do tempo anuncia chuvas até quinta-feira...

Lau Milesi