Tuesday, September 29, 2015

Eu vinha só... Tu vinhas só... (...) como se um deus visse... "Mix"

                                       
Imagem com licença poética.

                                                  



 Eu vinha só

Tu vinhas só...
Aconteceu  
que o destino, 
mestre em dar nós, 
meu destino 
juntando ao teu 
tornou-nos nós...
Veio depois 
amor,  
fez o plural: 
e tu e eu 
e só mais só 
deu 
afinal nós dois 
a sós...
(J.G. de Araújo Jorge (link) in "História")

-
-
-
 "Sofro uma ternura como se um deus visse".(fragmento)

(Fernando Pessoa em seu semi-heterônimo Bernardo Soares no "Livro Desassossego")  (link) 
(fragmento)



Os soundtracks estão aqui e aqui.



                                                           Recadinho
Obrigada à nova @miga que ancorou por aqui.
Seja bem-vinda!


 Uma boa semana aos amigos que me leem.
Um beijo
Lau



1-Sobre o poeta J.G. de Araujo Jorge clique aqui.

2-Já aqui, pode-se ler outra obra de J.G publicada,por mim,no ano de 2013.

3- Para acessar Marisa Monte setlists clique aqui.


Imagem captada na página "Deleuze Recombination" da rede social Facebook.

Saturday, September 19, 2015

" Que todos os dias sejam dias do Amor..."


Que todos os dias sejam dias do Amor.

Se há o Dia dos Namorados,por que não haver o Dia dos Amorosos,o Dia dos Amadores.Dia dos Amantes Platônicos,que também são  exemplares  à sua maneira, e dizem até que mais?

Por que não instituir, ó psicólogos, ó sociólogos,ó lojistas e publicitários,o Dia do Amor?

O Dia de Fazê-lo,o Dia de Agradecer-lhe,o de Meditá-lo em tudo que encerra de mistério e grandeza,o Dia de Amá-lo? Pois o Amor se desperdiça ou é incompreendido até por aqueles que amam e não sabem, pobrezinhos, como é essencial amar o Amor.

E mais o Dia do Amor Tranquilo, o Dia do Amor Que Não Ousava Dizer o Seu Nome mas Agora Ousa.

Amor Complicado pede o seu Dia não para tornar-se pedestre,mas para requintar em sua complicação cheia de voos fora do horário e da visibilidade.

 Amor à Primeira Vista,o fulminante.

E há motivos de sobra para se estabelecer o Dia do Amor ao Próximo, e o Próximo somos nós, quando nos esquecemos de nós mesmos, abjurando o enfezadíssimo Amor-Próprio.

Depressa,amigos criadores de Dias,criai o do Amor Livre da discriminação racial e econômica,o que ri das divisões políticas, das crenças separatórias. Amor que nem a si mesmo se escraviza,na total doação que é converter-se no alvo, pois lá diz o que sabe: «Transforma-se o amador na coisa amada.»
Haja também um Dia para o Amor Não Correspondido.Pois todo Amor tem o seu ponto de luz,que às vezes se confunde com a sombra.

Ao amor Impossível.Ao Amor Imperfeito,síntese muito humana de tantos,retrato mal copiado do modelo divino, igualmente, se consagre um Dia generoso.

Amor à Glória não carece ter Dia, nem amor ao dinheiro e seu primo (ou irmão), amor  ao Poder. Eles se satisfazem, o primeiro com uma bolha de sabão, os outros dois com a mesa posta. Mas ao Amor faminto e sem talher, e ao que nenhuma iguaria lhe satisfaz, porque sua fome vai além dos alimentos e é a fome em si, a ansiosa procura do que não existe nem pode existir: um Dia para cada um.

E se mais Dias sobrarem, que sejam reservados para os Amores de que não me lembro no momento mas certamente existem, pois sendo o Amor infinito em sua finitude,isto é, fugindo ao tempo no tempo,e multiplicando-se em invençõe,sutilezas, desvarios, enigmas e tudo mais, sempre haverá um Amor novo no sujeito amante, dentro do Amor que nele pousou e que cada manhã nasce outra vez, de sorte que o mesmo Amor é cada dia Outro sem deixar de ser o Antigo, e são muitos outros concentrados e não compendiados na potencialidade de amar. 

Assim sendo, recomendo e requeiro e decreto que todos os dias do ano sejam Dias do Amor,e não mais disso ou daquilo,como erradamente se convencionou e precisa ser corrigido.

Tenho dito.Cumpra-se.

( Carlos Drummond de Andrade na Crônica "Um dia,um amor")





Disclaimer

 Num mundo onde prolifera o "hate speech",os "haters",os "trolls", os "stalkers"... muitos acobertados pela condição de suposto anonimato, justamente quando  acontece  a maioria  dessas ações covardes, além das  dissimuladas e "veladas"... nada melhor do que lembrar a importância do amor nas palavrinhas do meu parceiro querido,
Carlos Drummond de Andrade,(link) o mais influente poeta brasileiro do século XX.



No clima do Rock in Rio  clique aqui  aqui.
                                                             (eu fui ao rock in rio de 1985)



                    Bom domingo aos amigos que me leem 
          e deixam seus comentários.

[lau] 



Imagem  © by Megan van der

Fonte: Do livro "O Poder Ultrajovem", de Carlos Drummond de Andrade.Companhia Das Letras. pág 87

Monday, September 14, 2015

Da série "gifs"


"Aquele peso em mim - meu coração." 

(Fernando Pessoa, (link)1932)





 porque o soundtrack do post está aí no (core)   (link)



Boa semana aos amigos que me leem
[lau]





Imagem: gif via "media tumblr.com"

Saturday, September 12, 2015

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

(Geraldo Vandré) (link)




Disclaimer

Minha homenagem ao grande compositor brasileiro,Geraldo Vandré, que marcou ,com esta letra tão bem feita,um período não muito "alegre"
não só no Brasil.No mundo,na minha opinião.
Vandré completa hoje 80 primaveras.
Só um gênio poderia criar uma letra com tantos pensamentos e de tantos outros brasileiros que viveram no ano de 1968. Ano em que acontecia também a Guerra do Vietnã,a Primavera de Praga;ano em que houve o assassinato de Martin Luther King e Robert Kennedy,além do tão "democrático" imposto AI-5, passando a vigorar o momento mais covarde do regime,o que dava poder aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou os que eles consideravam como tal. 
A canção foi composta em plena ditadura militar,quando o governo Médici "prendia,torturava e exilava" muitas pessoas .

 Meus cumprimentos e de meu pai,que lá do céu deve estar lembrando de você.

Evoé,Geraldo Vandré! 



 porque o soundtrack do dia tá aqui.






Obrigada aos amigos que me leem.
Bom fim de semana
[lau]



Mais sobre Geraldo Vandré pode ser lido aqui.


Fontes: "cenas/fatos" que me foram contados e presenciados,e alguns outros dados retirados da Web.

Imagem copright  by euzinha em Rio de Janeiro,a cidade maravilhosa.(link)

Tuesday, September 8, 2015

"Sobre Literatura Russa"

(imagem com licença poética) 

"Eu realmente não gosto das pessoas arrogantes,que se colocam acima das outras.A vontade é de dar-lhes um rublo e dizer:"quando souberes o teu preço,devolva o troco".

(Liev Tolstói) (link)
.
.
.
`Felicidade´

Denso como o mel,cada momento,
Raiando como o âmbar.
Há muito perdi a noção do tempo
E exilei o calendário.

Odeio a contagem do que for
E a ideia de poupança!
Meu anual crédito de amor
Dissipo numa andança.
~~

" СЧАСТЬЕ"

Стал каждый миг густым, как мед,
Лучистым, как янтарь.
Часам давно потерян счет
И изгнан календарь.

Как ненавистен мне расчет
И чувства про запас!
Свой годовой любви доход
Я прокучу за час.

 (Vera Pavlova) ((link)



  
 porque hoje tem ♪♪♪ aqui (clique). E aqui.


                                                                         
 Uma bela semana aos amigos que me visitam.
Um beijo
 [lau]





Sobre a Bienal do Livro (#BienalRi) na Cidade Maravilhosa,(link)pode-se clicar aqui. 

Fonte:  "Literatura russa para brasileiros",via página facebook.

Imagem by página "Neruda poemas",sem menção,lamentavelmente,do autor.

Friday, September 4, 2015

Sobre "A Verdadeira Vida" e "Deus" (uma abordagem filosófica)


                                      (imagem com licença poética)


"Toda verdadeira vida é encontro".
(Martin Buber (link), jornalista, teólogo, pedagogo e filosófo in o "Eu e o Tu" (link)

~

(...) "Deus é a palavra mais vilipendiada de todas as palavras humanas. Nenhuma foi mais maltratada, mais maculada e desonrada que essa ...  Todo o sangue inocente derramado em torno dessa palavra privou-a do brilho que ela possui.As gerações humanas fizeram rodar sobre essa palavra o peso de sua vida angustiada e a esmagaram contra o chão. Ela jaz em pó e sustenta o peso de todas elas. As gerações humanas, com seus partidarismos religiosos, desgarraram essa palavra. Mataram e se deixaram matar por ela. Essa palavra traz suas digitais e seu sangue...Os homens desenham uma marionete e escrevem embaixo a palavra ´Deus´. Assassinam-se uns aos outros e dizem: ´Fazemos isso em nome de Deus´... Devemos respeitar os que proíbem essa palavra, porque se rebelam contra a injustiça e os excessos que, com tanta facilidade, são cometidos com uma suposta autorização de ´Deus´ ". 

(Martin Buber , jornalista, teólogo, pedagogo  e filósofo in  prefácio do livro "Eclipse de Deus")
(excertos)



(Às vítimas da "tragédia do mediterrâneo".A todos os imigrantes.
Em especial ao  "menininho sírio" ♥ ,que chocou,estraçalhou ,machucou a quem tem coração,princípios e bons sentimentos).

(E a minha proposta é que haja uma "refundação da ONU",face à nova realidade).




Recadinho

Quem quiser conferir tudo sobre a Bienal do Livro na Cidade Maravilhosa- o Rio de Janeiro, é só clicar aqui 





Um fim de semana reflexivo aos meus amigos que me leem.
Bom feriado de 7 de setembro(link)
Um beijo 
Lau





Imagem © com direitos autorais feita em Lucerner by euzinha. No Brasil,os direitos autorais estão regulados pela Lei Nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.