Tuesday, November 20, 2012

"Chaves"



Desde menina possuía uma imaginação de fazer gosto...Lia muitas histórias (contavam muitas em sua casa) e isso aumentava suas viagens imaginárias em anos-luz .  

Muitas vezes pensava em ser borboletas, adorava a liberdade das borboletinhas que a circundavam; queria brincar de inventar gente, de fazer gente virar objetos... E foi com essa brincadeira que um dia imaginou ser uma "chave".

Uma chave que abrisse portas, malas de carros e até o coração. Essa última utilidade vinha de seu comportamento, de seu estado constante de viver no mundo da Lua, como sua mãe costumava dizer. 
 

Mas o tempo passa...na terra. E as chaves na idade adulta passam a ter outras utilidades, como, por exemplo, abrir ou fechar (muitas vezes definitivamente) outras portas . 

Quando se procura a definição da palavra chave, descobre-se que é apenas um objeto que aciona uma fechadura ou cadeado. Em geral e chave é feita de forma a se casar "de maneira única" com uma determinada fechadura. Esta, por sua vez, libera os mecanismos que mantém a "trava bloqueada" (estado de alguém que conheço...) e permite o seu acionamento. 

As primeiras fechaduras usadas em Roma eram extremamente simples: consistiam em duas argolas, uma em cada aba da porta, e entre elas passava-se um prego (em latim "clavus, clavi"). E poderia abrir e fechar. Com esta novidade, o nome do prego ("clavus") mudou ligeiramente para chamar-se "clavis", da qual se originou em nossa língua a palavra "chave". (Wikipédia sempre dá uma ajuda). 

Já a história conta que a expressão "clavem tadere" era usada com o sentido de entregar a administração de bens a alguém. Coincidentemente, venho administrando 24 horas por dia um bem preciosíssimo.Seria esse o motivo de sonhar com chaves uma boa parte da noite, me perguntei. 

No meio acadêmico uma outra expressão muito utilizada é "clavis scinetiae", a "chave da ciência". Essa, por sinal, também acionei. Tentei encontrar todas explicações científicas para o sonho, acordada. Não consegui.

Resolvi fazer uma viagem ao passado...
Fui lá nos confins do mundo como a Emília, de Monteiro Lobato, que, indo à "Casa das Chaves", tenta virar a Chave de Guerra, mas acaba virando "Chave do Tamanho", uma chave que regula o tamanho das criaturas humanas.

Em consequência dessa aventura essas criaturas do mundo inteirinho perdem o tamanho e ficam com dois, três, centímetros de estatura... Por sinal, hoje me sinto assim...
do tamanho de um pixel no universo. 

Não é difícil perceber que Monteiro Lobato com essa história quer transmitir às crianças o senso de relatividades de todas as coisas.
Mas quem escreve aqui nesse momento não sabe relativizar nada, nadica de nada.
Só sentir saudades... de uma chavinha que foi embora, que abria meu coração todas as manhãs,bem cedinho, nesses últimos 44 dias que esteve ao meu lado, a minha "gringuinha".



E "ela" também aprendeu a brincar de ser chave com tanta perfeição, que meu coração nesse momento está trancado ... a sete chaves ...e numa tristeza...

Levaram a minha "chavinha" de volta e só a verei daqui a um ano. Snif...


Beijos, amigos.

Lau

+ Post disparado pelo Google in seus momentos tiltis. Esse post foi publicado em 2010.


E.T.

Peço desculpas aos amigos que passam por aqui por esses momentos
" intimidades-Gabriela " :
eu nasci assim... eu cresci assim...eu sou assim...
E vou morrer daqui a "cem anos"... assim...

Estou de volta , mas prometo que mudarei o astral.


Obs.:Chave-mestra...também sinto sua falta.Muuuuuuuito.


Imagens: Google
e um scrapbook virtual by L.M.