Sunday, December 2, 2012

Da série, minhas viagens. Dessa vez,Buenos Aires


Dedico esse post aos amigos que passam por aqui  
e ,em especial, à minha querida amiga Fátima ,(link)
 que declarou aquisua admiração pela Argentina.


Todas as vezes que vou a Buenos Aires, não consigo sair de lá sem assistir a um espetáculo de tango. É quase impossível, mesmo para quem não seja tão apreciador do estilo, não esbarrar com casais que fazem suas apresentações em via pública, o que aguça o turista a conhecer a infinidades de casas de shows da cidade.


                        ( casal de dançarinos no bairro de Ricoleta)
                                             

Dessa vez, visitei a mais tradicional casa de tango, o El Viejo Almácen, que fica no bairro de San Telmo, 

E quando falo em turistas pode-se imaginar japoneses,italianos, americanos, franceses, alemães e, muitos, brasileiros. 

Buenos Aires, nesse aspecto,com essa diversidade de visitantes, lembra a minha ma-ra-vi-lho-sa cidade do Rio de Janeiro.

O lugar é acolhedor, apertadinho, o que permite aos frequentadores acompanhar,de pertinho, o movimento dos dançarinos.

Há um casal nesse espaço que se destaca dentre os outros,e dá um show à parte.Segundo informações, esse par já atuou na Broadway. E o casal é nota mil mesmo.O dançarino consegue emudecer a plateia quando faz sua "parceira", literalmente, voar.Quem está na fila do gargarejo, nas mesas da frente, sente o ventinho do movimento dos passos dos dançarinos.


                                                            "El Viejo Almácen"
(optei por foto em pb (preto e branco) por ter sido tirada via celular e a imagem não estar tão nítida)


Mas a capital da Argentina não é só palco de alegria e divertimento. O povo argentino sofreu bastante com o golpe militar.Em 1978, quando houve a Copa do Mundo na Argentina, o país vivia as desgraças da ditadura.E esse perverso, maldito e covarde período deixou marcas. Como deixa!!!

 Plaza de Mayo


(clique sobre  a imagem para ampliar)

A Plaza de Mayo é o centro histórico e político da cidade.É a tribuna "real" dos argentinos. Real no sentido de existir, porque de "realeza"  não tem nada .O local serve como caixa de ressonância para os sentimentos dos cidadãos. É lá que o povo fez e faz suas celebrações, bem como os seus protestos e reclamações.

A praça foi palco de importantes acontecimentos históricos como as Invasões Inglesas e da Revolução de Maio (primeiro governo independente). E é lá que se reunem as famosas e sofridas Mães da Praça de Maio.

Como disse recentemente o poeta Juan Gelman, “Elas foram a única resistência sólida e constante ao largo de todos estes anos. As Mães não permitiram que este tema (da memória e da justiça) caísse no esquecimento”.

Imaginem se uma mãe de verdade, uma mãe que sentiu as dores do parto, amou seu filho, perdê-lo por ter sido "roubado",tirado de suas mãos por tiranos covardes ,insanos insensíveis, iria ficar calada...

São MULHERES DE VERDADE,verdadeiras e solidárias.

Conversei com muitas delas.Senti,de perto,o sofrimento dessas mães e avós. 

Vale lembrar que, até agora, 106 crianças roubadas, tiradas de suas mães, já foram identificadas.

As Mães e Avós seguiram sua luta.No filme de David Blaustein, Botín de Guerra, uma das filhas de desaparecidos,encontrada pelas Avós, se refere à “solidariedade ”destas incansáveis mulheres e faz uma observação:“o que essa palavra significa hoje”."É isso, o que as Mães e Avós da Praça de Maio fazem. É não deixar que palavras tais como “liberdade”,” luta”, “solidariedade”, “democracia”, “memória,“verdade” e “justiça” tenham o sentido falseado a serviço do despotismo e da tirania".

Preservar tudo isso é uma luta a cada dia.É ter fibra.E mulheres de verdade têm para dar,vender (e emprestar,ceder).

Mulheres que assumem suas ideologias e lutam pela liberdade de expressão, pelos seus direitos.Isto sou eu quem digo.Me empolgo quando o assunto é liberdade, respeito às individualidades. Respeito, palavra que vem sendo esquecida, ultimamente, por muitos.


Peço disculpas, excusas pela veemência e pelo post enoooorme.:)


Finalizando, não poderia, jamais,não deixar algo para ouvir, para bailar. Não mesmo.

Segundo Cervantes,"onde há música, não pode haver coisa má". Assino embaixo. E pegando carona com o grande poeta Manuel Bandeira em seu poema "Pneumotórax",(linka única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

E aí vai um no estilo.O título é "Tango Triste" e o adjetivo, como pode se ver aqui , é uma das características do tango.

Mas na minha viagem a tristeza passou longe, errou no passo. Me diverti muuito.:) .


                                          


  
Besossss
Boa semana, com alegria e paz

Lau Milesi



E..T. 

1-No próximo post falarei sobre outros eventos e lugares charmosinhos de Buenos Aires.



              2- Não estou conseguindo formatar meu texto.



Imagens: minhas
Tela de um artesão-pintor da feira de San Telmo, Buenos Aires.
Fonte de dados: Folders, FSP e coletados por mim.